Monday, January 18, 2010

Italianos, Tomasevic e o Mundial de qualquer coisa

Comecei há poucos dias a ler o livro “Pássaros Feridos” de Coleen McCullough. É uma obra algo grande e difícil de ler. Confesso que não é do meu estilo de leitura favorito mas eu leio um pouco de tudo, mesmo se o livro for grande e complicado.

Por acaso estou a gostar da história. Para ler de madrugada sempre dá um sono mais tranquilo que os livros policiais de que tanto gosto. Então quando o subconsciente anda particularmente activo a trabalhar no que se passa durante a vigília, ainda melhor.

Vem isto a propósito da origem de alguns factos de sonhos que têm vindo a ser bem disparatados ao longo destes últimos dias. Começou com a destruição de uma montanha com quedas de raios e coisas do género. Origem: sismo no Haiti que tudo destruiu.

Depois continuou ontem com estranhos acontecimentos de que já nem me recordo de metade. O ponto alto foi eu estar a olhar da janela da casa de banho para o pátio. A luz da casa de banho estava acesa e eram cerca de sete da tarde de um final de um dia de chuva de Janeiro como os últimos. Estranhamente o Céu estava de um azul-vivo e claro para o que é normal nesta época do ano. Comecei a ver aproximar uma espécie de nuvens negras que faziam sombras humanas que desciam.

Numa primeira fase assustei-me mas depressa vi que essas pessoas (vindas dos céus?) entravam pela porta da minha sala com ar alegre. Exibiam sinais exteriores de riqueza e a todas cumprimentei alegremente de forma efusiva. Acordei precisamente quando beijava e abraçava uma senhora que não conhecia de lado nenhum, tal como não conhecia as outras.

Mas vamos aos sonhos desta noite que também são de um disparate pegado. Como atrás referi, a obra que eu ando a ler teve aqui um papel fundamental. Li uma passagem do livro em que a personagem apanhou piolhos na escola. Imediatamente o pai tornou as culpas aos italianos seus colegas que primavam pela falta de higiene. Revoltado, o chefe de família dirigiu-se a casa dos transalpinos e atirou-os todos aos bebedouros dos cavalos. Italianos porcos como tudo então. Pois bem…

A cena passa-se provavelmente em Coimbra. Há uma competição em que participam algumas comitivas de atletas de diversos países. Portugal iria jogar uma partida de Futebol com a sua congénere de Itália. Não me perguntem para que competição era isso, que eu não sei responder. Até sei- para a competição do disparate.

Vejam lá que o treinador do Nacional da Madeira, Predrag Jokanovic, (um regresso ao universo dos meus sonhos mais de uma década depois), treinava a selecção da Bélgica e deixou um casaco pendurado numa espécie de balneário onde eu e outras pessoas que não conheço estávamos a fazer voluntariado. Seria uma adaptação onírica dos balneários do Pingo Doce?

Eu comentava: “Como este homem mudou!” Ele estava a discutir não sei com quem. Com um seu jogador, provavelmente, mas falava muito alto. Também isto teve a ver com o jogo entre o Sporting e o Nacional de ontem à noite.

Aproximava-se a hora do jogo e já se sentia o estádio a fervilhar. Sentada no meu posto bem ouvia a algazarra do público. Um conjunto de atletas envergando fatos de treino azuis da selecção italiana invadiram o espaço. Iam às casas de banho antes dos jogos, mais quando o nervoso miudinho de antes da competição lhes atacava o organismo. A adrenalina fazendo estragos. Pensava que também assim era comigo e com outros atletas antes da competição. Os grandes craques também assim eram. Estava ali a meditar nessas coisas e nem dei pela saída deles.

Uma das minhas colegas, alguns minutos depois e com ar indignado, perguntou-me se eu tinha visto quem tinha usado as casas de banho depois de ela as ter limpo. Eu disse-lhes que tinham sido alguns italianos. Foi então que ela me disse que tinha colocado umas toalhas novas na casa de banho e simplesmente os transalpinos fizeram delas papel higiénico. Muito porcos, estes italianos! Enquanto escrevo estas linhas, justamente estas, ouço uma música italiana no meu computador que pode muito bem ser a banda sonora.

Quem ganhou o jogo não sei mas os italianos em badalhoquice e mau comportamento foram os reis.

No dia seguinte, alegadamente, a competição era o salto em comprimento. Só havia dois atletas em competição- eu e…Tomasevic. O dia estava óptimo para a prática de Desporto ao ar livre. A relva em volta do corredor de saltos estava verdinha e eu estava lá sentada enquanto esperava. Éramos dois mas a demora era tanta ou mais do que se estivessem aí uns vinte atletas para saltar. Era o meu regresso. Perguntei ao Senhor Mário por que carga de água demoravam tanto a medir o raio de um salto.

Estava algo nervosa e o meu adversário tinha um pouco de medo pois nunca se havia aventurado, por incrível que pudesse parecer, a se atirar para uma caixa de areia. Estava tão nervoso que…perdeu comigo.

Há também uma explicação para esta última parte do sonho. Primeiro houve o jogo entre o Sporting e o Nacional, como atrás referi, mas antes houve a primeira jornada da liga 3.1 do Maxithlon. Os meus atletas, com uma série de recordes pessoais, venceram a primeira jornada. Nos saltos houve um atleta de uma das equipas adversárias que era muito alto e ficou em último. A mesma observação que eu fiz- a de que não era possível um atleta bem alto fazer um resultado tão péssimo perante oponentes mais baixos- fiz em relação ao defesa montenegrino do Nacional que estava a competir comigo. Eu que já não salto para a areia desde 2004.

E assim vão as olimpíadas oníricas. Aguarda-se nova maratona de disparates.

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