Tuesday, January 26, 2010

Gente que não sabe estar num museu




Acidentes acontecem a todos e não é por se ser deficiente visual que a probabilidade de acontecerem destes percalços aumenta, como parte da sociedade pensa.

Houve museus e exposições que tiveram a iniciativa de abrir as suas portas a deficientes visuais. Foram ainda alguns os museus que visitei no âmbito dessas iniciativas, muitas peças delicadas estavam ao nosso dispor e em muitas tocámos. Nunca houve problemas de espécie alguma e as peças foram todas tratadas com a delicadeza que exigiam.

É incompreensível para nós, tantas vezes excluídos da sociedade, como é que pessoas ditas normais não se sabem comportar em museus e exposições.

Vem isto a propósito da notícia de que em Nova Iorque, uma jovem danificou um quadro de Picasso alegadamente por ter tropeçado. Uma senhora sem problemas de visão ou de outra espécie, saliente-se. Apenas por pura distracção e falta de cuidado.

A pergunta que eu faço ao observar tamanho desleixo (e não é só nos museus, é em tudo) é: Seremos nós mais cuidadosos e atentos ou agimos assim para mostrar a todos os outros que não há nada a temer em relação a nós? Talvez um pouco das duas. Se é verdade que, devido ás nossas limitações, nos aprendemos a defender e a estar mais alerta, também não é menos verdade que tentamos agir o melhor possível para provar á sociedade, e também a nós próprios que somos seres capazes tal como todos os outros.

Espetar um cotovelo ou atirar-se para cima de uma obra de arte de um pintor famoso como Picasso? Que deu a esta gente lá nas Américas? Sinceramente, as pessoas sem qualquer tipo de deficiência têm de começar a pensar duas vezes antes de abrirem a boca…ou colocarem os pés.

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