Thursday, September 24, 2009

As Tricaninhas

Esta é mais uma curiosa história onírica. Mais uma como muitas outras que aqui tenho relatado e que muito deliciam os meus leitores, digo eu.

Bem, aqui no conforto do meu quarto costumo dormir com o rádio ligado na Rádio Botaréu para me fazer companhia. Nesta noite não foi excepção.

Depois de mais um pouco de leitura do livro que eu ando a ler neste momento que é “O Talentoso Sr. Ripley” de Patrícia Highsmith, fui dormir. Lembro-me que, tal como tem acontecido desde aquele susto que eu levei do meu pai a bater com força à minha janela porque tinha o candeeiro aceso, acordo ao mínimo barulho e com ar assustado. Penso até que pergunto quem anda por ali alto. São apenas os cães que dormem na eira.

Pelas seis da manhã costumo ter o despertador a despertar para ouvir aquelas duas horas de música tradicional portuguesa até ás oito. Por vezes desligo o despertador deixando-me estar e tenho dias em que apenas coloco o rádio com o volume um pouco mais elevado e continuo a dormir, ouvindo no entanto algumas músicas que fazem com que tenha uma espécie de sonho lúcido. Foi o que deve ter acontecido hoje. De certeza.

A certa altura passava uma música sobre as Tricannhas da Beira-Mar ou algo do género. O cenário do sonho era o meu quarto e estava na minha cama a ouvir a rádio. Começava a amanhecer e o Sol estava alaranjado, emoldurado por um esplêndido Céu azul. Nunca tinha visto um amanhecer assim! Era natural que tivesse vontade de cantar.

Estava a tocar na rádio a canção das Tricaninhas (ouvia-a enquanto sonhava, para o meu sonho foi transportada). Comecei a cantar bem alto, pouco me importando se os meus pais estavam a dormir ou não. E era incrível como sabia a letra toda! Eu que nunca me passou pela cabeça cantar sequer essa canção. Apercebia-me de que estava a fazer barulho mas não tinha a certeza se estava a ser ouvida. Cantava cada vez mais alto.

Foi então que a minha mãe me chamou e começou a discutir. Aquele não era o quarto dela. De maneira nenhuma. Enquanto discutia, agarrava-me com uma certa frieza.

Acordei confusa e sem saber se realmente tinha ou não feito barulho. Já não é a primeira vez que sonho que canto uma canção enquanto sonho e a ouço na rádio. Julgo que houve ocasiões em que não foi necessário ouvir a canção para sonhar com ela ou a cantar. (ver texto “Quando o coração chora…eu triunfo”).

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