Monday, September 16, 2024

“perder-se” (impressões pessoais)

 

Que doida, que tarada! Perdida mesmo…

 

Estou a falar de Annie Ernaux que foi galardoada com o prémio Nobel da Literatura. Talvez os jurados gostem imenso deste estilo despudorado e muito íntimo como a escritora francesa descreve a sua vida, a vida dos que lhe são próximos e, pasme-se, a sua intimidade.

 

Eu não tinha coragem de estar assim a expor a minha vida íntima assim ao público. Um diário é uma coisa privada, mais ainda, um diário deste calibre. Isto demonstra que Annie Ernaux está pouco ou mesmo nada incomodada acerca do que pessoas como eu vão dizer. Ou vão escrever…

 

No outro dia, quando eu disse que os escritores franceses não eram lá muito conhecidos na escrita do suspense, estava-me a referir a este tipo de livros mais eróticos. Aí ninguém os bate.

 

Com Annie Ernaux á cabeça, claro está.

 

Sunday, September 15, 2024

“O Gato Das Botas” (impressões pessoais)

 

Quando eu era pequena, alguém me ofereceu um livro com esta história para  colorir. Eu levava-o para a escola.

 

Não me lembro se ele tinha texto mas eu pintei o gato com botas azuis, lembro-me bem.

 

Com tudo isto, não sabia ou não me lembrava como era a história. Apenas me lembro do livro que colori.

 

Já depois de adulta, fico a conhecer mais este clássico de histórias infantis. Não as conheço todas mas conheço a maior parte.

 

“No Tempo Das Cerejas” (impressões pessoais)

 

Um livro sobre as mulheres que desafiaram convenções no tempo em que ser artista, mais particularmente fadista, era muito mal visto pela sociedade. Quem cantava o fado era considerada mulher de má vida, prostituta até. Uma menina de bem não cantava o fado.

 

Mas irene Silva  Vaz desafiou os usos e costumes da época e seguiu o que o seu coração mandava. Cantava fado, independentemente do que os outros pensavam, inclusive a sua família.

 

Ela sentiu o chamamento do Fado  tal como a sua mãe que, embora filha de boas famílias, caiu em desgraça por cantar aquela canção maldita. Tal como a Severa, sua grande referência.

 

Um jornalista escreve as memórias da fadista irene  Silva Vaz. Sente-se de certa forma enredado pelo drama das suas histórias. Fadista que é fadista, tende a exagerar em todo o dramatismo da sua vida. Algo bem nosso, bem português. Tal como é o próprio Fado.

 

Célia Correia Loureiro, a autora deste livro, serve-se de uma expressão de Amália para lhe dar título. Naquela altura, muita gente não sabia quando nasceu.

 

A autora não se serviu de Amália para criar irene. Como se pode ver, têm percursos de vida muito diferentes.

 

Um retrato de uma Lisboa boémia, preconceituosa, escura, no tempo do Estado Novo que encorajava as mulheres a viverem em família e recatadamente.