Quem tinha saudades de um pesadelo? Não me lembro da última vez que tive um e que aqui o descrevi.
Já estava mal habituada por acordar tranquilamente e sem sobressaltos. Também pouco faltava para o despertador tocar.
Encontrava-me num serviço de urgências com outro rapaz que eu não conhecia. A sala era a casa de forno de casa dos meus pais. Estávamos a conversar calmamente.
Nisto o cenário mudou. Alguém veio avisar que estava a caminho um número bem elevado de vítimas de uma qualquer catástrofe- um acidente de grandes dimensões ou um incêndio. Cheirava horrivelmente a queimado.
No terraço, em direção ao pátio, com uma luz fraca, fui assistindo impotente ao desfile de várias macas com pessoas que eu não sabia se estavam mortas ou vivas. Fui contando as vítimas á medida que passavam. Contei oito. Umas vinham imóveis mas houve uma pessoa que se soergueu ainda na maca. Pelo menos levantou a cabeça, essa não estava morta de certeza. As outras não sei.
Nisto trouxeram um prato normal e nele vinha um pedaço de carne equivalente a uma perna de frango. Disseram que aquilo eram restos mortais humanos carbonizados. Imediatamente atirei com o prato e respetivo conteúdo macabro para dentro do forno.
Nem me apercebi da presença de uma mulher com sotaque da Europa do Leste que chorava e tinha um discurso confuso. Perguntei o que se tinha passado e ela apenas me falou que tinha havido qualquer coisa numa instituição.
Ela estava a tentar explicar o que aconteceu quando acordei.
Os fogos que assolam o país, as respetivas vítimas mortais e o cheiro a fumo que impregna o ar mesmo com as portas fechadas e se entranha até no meu subconsciente foram os gatilhos para este explosivo sonho.
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