Um livro sobre as mulheres que desafiaram convenções no tempo em que ser artista, mais particularmente fadista, era muito mal visto pela sociedade. Quem cantava o fado era considerada mulher de má vida, prostituta até. Uma menina de bem não cantava o fado.
Mas irene Silva Vaz desafiou os usos e costumes da época e seguiu o que o seu coração mandava. Cantava fado, independentemente do que os outros pensavam, inclusive a sua família.
Ela sentiu o chamamento do Fado tal como a sua mãe que, embora filha de boas famílias, caiu em desgraça por cantar aquela canção maldita. Tal como a Severa, sua grande referência.
Um jornalista escreve as memórias da fadista irene Silva Vaz. Sente-se de certa forma enredado pelo drama das suas histórias. Fadista que é fadista, tende a exagerar em todo o dramatismo da sua vida. Algo bem nosso, bem português. Tal como é o próprio Fado.
Célia Correia Loureiro, a autora deste livro, serve-se de uma expressão de Amália para lhe dar título. Naquela altura, muita gente não sabia quando nasceu.
A autora não se serviu de Amália para criar irene. Como se pode ver, têm percursos de vida muito diferentes.
Um retrato de uma Lisboa boémia, preconceituosa, escura, no tempo do Estado Novo que encorajava as mulheres a viverem em família e recatadamente.
No comments:
Post a Comment