Livros de autores portugueses, dos géneros mais variados.
José Gil escreveu este livro há mais de vinte anos, a julgar pelo contexto mas está aqui um retrato muito bem conseguido da nossa sociedade, da nossa política e dos nossos governantes.
O autor serve-se da herança de mais de quarenta anos de ditadura para definir o que somos e principalmente o que não somos porque, resumidamente, o Português é alguém borrado de medo que o estagna, que o impede de agir, de tomar decisões, que o faz empurrar com a barriga, esconder, transgredir.
Passámos em muito pouco tempo de pessoas insignificantes a pessoas com a mania das grandezas movidas a inveja. É o combustível que faz o português ser como é.
José Gil chama a esta atitude não inscrição. O Português não se quer comprometer com nada, não quer tomar decisões, espera que alguém aja primeiro para responder depois.
Em suma, um retrato sociológico de nós, dos nossos costumes, das nossas gentes, dos nossos governantes.
Mais de duas décadas depois, pouco ou nada mudou.
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