Thursday, October 30, 2014

“TEM CALMA!”

Esta é mais uma história deliciosa, dessas que fazem parte do mundo de quem tem uma deficiência visual e que estão na génese da criação deste blog.

Estava uma fila enorme nas caixas do supermercado. Ninguém se entendia ali porque ninguém sabia quem era atrás de quem. Eu perguntei às pessoas quem era o último.

Foi então que a Senhora de Cor-De-Rosa me transportou literalmente para a frente da fila. Depois ainda insistiu para que eu fosse para a primeira caixa, que ali tinha prioridade mas eu fui dizendo que estava bem ali. Muita gente separava a caixa da fila onde eu estava da outra. Tinha de passar por aquela gente toda e ainda demorava mais.

Apercebendo-se do que ela estava a fazer, logo mil e um braços me foram agarrando, impelindo para a frente, transportando para o início da fila. Era mesmo muita gente a tocar-me por toda a parte, o que muito me estava a melindrar porque eu não sou muito amiga de toques.

A pessoa que provocou isso foi dizendo enquanto me tocava ainda mais do que as outras pessoas:
-“TEM CALMA!”

Eu estava calma. Calmíssima. Então passei sei lá de onde na fila para a frente. Ia iniciar o trabalho a horas. Não podia estar mais calma, minha senhora.

Degraus como sepultura

Já aqui tenho dito que os sonhos dão por vezes grandes ideias para contos de terror. Serão porventura a principal inspiração.

Este que agora trago está muito pouco desenvolvido porque muita coisa se perdeu algures na madrugada entre a passagem ténue do subconsciente para um leve estado de vigília que pouco durou.

Estávamos reunidos num local desconhecido que tinha um ar um pouco sinistro. O clima que reinava também não era melhor. Como explicar isto? Apesar de se estar a confraternizar e a comer presunto e outros petiscos, algo de funesto, de pesado reinava ali.

Havia uma falha nuns degraus que davam para outra divisão e era dali que parecia vir toda a energia negativa daquele lugar. Eu não estava bem ali e outras pessoas já se tinham dali afastado também.

Alguém entre os presentes contou então uma história que veio dar resposta aos nossos desassossegos. Estava alguém sepultado mesmo por baixo desses degraus. Se se quebrasse o mármore que os envolvia, ia deparar com um cadáver, não com um esqueleto, pois havia pouco tempo que o incidente se tinha dado.

Não terá sido um crime que deu esta sepultura ao indivíduo como última morada. Apenas um incidente como já tenho ouvido contar muitos por aí. Há quem fique emparedado em pilares de pontes e afins.

A expectativa aqui era saber se alguém ia pegar numa marreta e destruir os degraus para expor um nauseabundo cadáver que surgisse de lá das profundezas. Ah, convém explicar que eu tenho medo de cadáveres nos sonhos, o que não acontece na vida real.

Acordei quando se discutia entre os presentes a destruição ou não daqueles degraus.

Uma escaldante manhã de finais de Outubro



Estamos em finais de Outubro e o Sol já vai alto no Céu, prometendo aquecer este Domingo de forma exageradamente tórrida para a época do ano.

A caminhada tem lugar nos arredores de Coimbra. Começa primeiro por um longo percurso em estrada que se fez bastante bem. Nem se deu pelos quilómetros e o tempo a passar.

Depois percorremos um trilho que também não era difícil, não fossem os ramos de eucalipto e os galhos no chão. Apesar de não chover há dias, havia partes de terra mole.

Feito este trilho sem incidentes de registo, voltámos à estrada com o calor a fazer-se sentir com força, especialmente quando o caminho era a subir. O Sol está muito baixo e o facto de ter mudado o horário ainda tornava as coisas mais difíceis em termos de temperaturas elevadas. Estavam seguramente mais de trinta graus.

A sombra das árvores e das casas era acolhida com alívio porque o Sol estava mesmo muito baixo e muito quente.

Não havendo dificuldades de maior, terminei a jornada no grupo da frente. Também ninguém dispersou muito. O grupo andou mais ou menos todo junto.

Seguem como sempre as fotos desta jornada de caminhada.

Vinte e cinco anos de ACAPO


Este ano, as comemorações de mais um aniversário da ACAPO decorreram com pompa e circunstância. A Batalha foi o local escolhido para as comemorações das bodas de prata e o tempo ajudou.

Mais de setecentos deficientes visuais, suas famílias e amigos juntaram-se à mesa para saborearem os apetitosos pratos que foram servidos e para conversar um pouco. Tudo estava maravilhoso e houve que aproveitar.

O convívio era a palavra de ordem. Muita gente aproveitou para se encontrar, especialmente quem é amante das famosas linhas da amizade aproveitou para conhecera pessoalmente alguns dos amigos que fazem companhia habitualmente do outro lado da linha. Eu não ligo a isso das linhas, até porque mal tenho tempo para as minhas coisas nestes últimos tempos.

Ainda andei a ver se encontrava alguém conhecido mas era complicado com tanta gente que ali se encontrava. Muita gente andou de mesa em mesa para tentar encontrar gente conhecida mas, havendo muita gente de pé, havia também muita confusão. O ideal era esperar sair-se para a rua depois do almoço.

Depois havia as habituais confusões, normalmente protagonizadas por quem ainda vê. Por duas vezes me confundiram com outra pessoa que por acaso até é minha amiga. Mas ela não estava.

Houve música e muita diversão pela tarde fora. Houve um senhor do Norte que levou um acordeão e deliciou quem foi depois para a rua com um reportório variado, com a música tradicional portuguesa sempre presente.

No final houve o tradicional bolo, com os parabéns tocados a acordeão e o respectivo brinde com champanhe.

Terminada a jornada, houve que regressar a cassa.

Wednesday, October 29, 2014

“Those Good Old Dreams”- The Carpenters (Eu Não Conhecia Isto)



Esta é mais uma música que eu não me lembro de ter ouvido antes. Gosto imenso das músicas dos The Carpenters, sempre bem interpretadas pela voz doce de Karen Carpenter que já faleceu há largos anos.

Estava eu a ouvir isto e a sentir no ar algum cheiro a Natal, a músicas para ouvir no aconchego do lar, em família, junto à lareira, com uma bebida quente na mão, a recordar tempos passados enquanto a chuva cai lá fora. Para esse cenário de conforto e aconchego esta música me transporta.

Uma grande música, sem dúvida.

Expresso


Passei a noite toda a sonhar com expressos e autocarros. Há uns tempos atrás, sonhar com veículos assim seguidos a passarem na estrada era sinal de febre alguns dias depois. E anda aí a gripe com força, até porque o tempo anda muito estranho. Sabem-me dizer que estação do ano é esta? Por exemplo, na rua devem já estar uns vinte e cinco graus, passam quarenta minutos das sete da manhã…e ainda está escuro.

Talvez o facto de sonhar com autocarros se deva já aos preparativos para o próximo fim-de-semana que vai prometer.

Descrevendo as minhas aventuras oníricas com veículos pesados de passageiros, ouvia as notícias na sala de minha casa. Uma das notícias que deram tinha a ver com um dispositivo que tinham colocado nos expressos para os estrangeiros não os apanharem para as grandes cidades portuguesas para onde iriam viver ilegalmente. Os veículos tinham um dispositivo que os prendia ao veículo e só a Polícia os podia tirar, imagine-se. Agora, bem acordada, eu penso: como é que esses dispositivos detectavam que os passageiros eram imigrantes ilegais?

Depois sonhei que fazia as malas para ir para longe e ir para longe significava…ir para Leiria. A azáfama era grande e procurava freneticamente a roupa que ia levar.

Dei por mim muito ansiosa a aguardar o expresso que me levaria para outras paragens. Olhava constantemente para a estrada deserta e ia ficando apreensiva com a demora.

Depois começaram a aparecer imensos veículos. Ao longe alguns pareciam-me o expresso mas quando se aproximavam a desilusão era imensa. Já desesperava e já via que começava a ficar tarde.

Já era quase noite quando o expresso apareceu numa coluna de outros veículos. Logo me precipitei para ele a toda a velocidade. Quando me preparei para subir, reparei que o expresso não tinha degraus, apenas dois corrimões de metal para nos apoiarmos. Tiveram de me ajudar a subir.

Lá dentro ia uma colega minha de trabalho e mais umas pessoas. Íamos em amena cavaqueira até que um alarme na rua me acordou. Pensei que era o despertador mas não era. Voltei a adormecer mas não me lembro se sonhei com mais alguma coisa.

Emoções europeias

Foi uma noite repleta de golos, emoções fortes e imprevisibilidade até ao fim. Porto e Sporting entraram na onda desta jornada da Champions e contribuíram para o espectáculo. O Sporting perdeu na Alemanha ante o Schalke 04 por 4-3, num jogo marcado por queixas da arbitragem, e o Porto venceu em casa o Athletic Bilbao por 2-1 com o golo decisivo a ser apontado por Quaresma.

O Sporting começa a criar perigo na Alemanha. Foi Nani.

No Dragão também há perigo junto à baliza do Athletic Bilbao.

Voltemos à Alemanha onde Slimani cria perigo a cruzamento de Carrillo.

GOOOOOLOOOO SPORTING! Acho que foi Nani na sequência de um canto.

Maurício vê cartão amarelo e não joga na próxima jornada em Alvalade também com o Schalke 04.

Maicon também é admoestado com o cartão amarelo por travar um jogador basco em falta.

Tello remata ao lado.

Slimani sai lesionado na Alemanha e entra Montero.

Um jogador de nome San Jose remata ao poste da baliza de Fabiano no Dragão. Jackson responde de pronto, cai na área e fica a reclamar grande penalidade.

San Jose vê o cartão amarelo por falta sobre Brahimi.

Tello faz uma excelente jogada mas a defesa cede canto.

Na Alemanha, Maurício vê o segundo cartão amarelo e é expulso ainda antes do intervalo. Tudo se complica para o Sporting. O Schalke marca na sequência do livre daquela falta.

GOOOOOOLOOO PORTO! Foi Herrera a finalizar uma jogada colectiva.

Ambos os jogos chegam ao intervalo com o Porto em vantagem por 1-0 ante o Athletic Bilbao e o Sporting a bater-se bem na Alemanha ante o Schalke 04. Há um empate a uma bola.

Belo remate de Quintero para o guarda-redes do Athletic Bilbao defender.

Entretanto, na Alemanha, Huntelaar faz o segundo golo do Schalke 04.

Aquela espuma que o árbitro esloveno usa para os livres é estranha. Parece Forza. Ele trouxe Forza para o jogo.

O Athletic Bilbao chega ao golo por intermédio de Fernandez. Foi mais um erro clamoroso de Casemiro que está a fazer um péssimo jogo. Herrera também não esteve bem neste lance.

Também há golo na Alemanha. É o terceiro do Schalke 04.

No Dragão, o Athletic Bilbao volta a criar perigo.

Na Alemanha, há grande penalidade para o Sporting que Adrien converte no segundo golo.

No Dragão, Tello remata com perigo. Foi mais uma jogada de Quintero que sai para entrar Rúben Neves.

Saiu cartão amarelo para o desprovido de cabelo Jogador Número Dezassete do Athletic Bilbao.

E finalmente Casemiro sai para entrar Quaresma. Era o que os adeptos portistas queriam.

E Quaresma faz o segundo golo do Porto. É desta que o Dragão vem abaixo!

Na Alemanha, o Sporting empata o jogo. Foi novamente Adrien.

No Dragão, o Jogador Número Dezoito do Athletic Bilbao vê o cartão amarelo por falta sobre Oliver.

Jackson não aproveita uma excelente jogada de Brahimi e falha um golo de baliza aberta.

Na Alemanha, há grande penalidade para a equipa da casa. Tudo está agora nas mãos de Rui Patrício. O jogador do Schalke converte esta grande penalidade muito duvidosa e assinalada por um árbitro de baliza. O Sporting perde mas sai de cabeça erguida.

Os jogos chegam ao fim. Resultados? Porto 2- Athletic Bilbao 1 e Schalke 04 4- Sporting 3. Isto hoje foi de loucos!

Cada vez mais confusão, cada vez menos qualidade

Era dia de mais uma consulta de Glaucoma. Desta vez iria aos HUC e não aos Covões. As consultas agora são todas lá. Adivinhava-se confusão.

Foi por isso que pedi à ACAPO que me arranjasse alguém para me poder guiar lá dentro. Da última vez que ali estive, até uma janela escalei e, à vinda para baixo, fui parar à cozinha. Há quem lá vá às consultas e vá parar ao “menos três” que é onde depositam os cadáveres. Se isso me acontecesse, acho que não me importava.

Estava precisamente a reflectir sobre isso enquanto esperava para me inscrever, quando (nem de propósito) algumas pessoas foram mandadas para o “menos três”. Bem, se me mandassem a mim, não me importaria. Já não me importava de ir lá parar num elevador que descesse demais.

Reinava a confusão pegada. Ninguém se entendia, toda a gente bufava de impaciência, até porque já chamavam utentes para as consultas e a fila já ia longa. Isto está cada vez mais degradante. Os nossos governantes podem dizer o que disserem para tentarem atirar areia para os olhos do povo mas a realidade é dura e vê-se a olhos vistos. O sector da Saúde está um caos!

Depois de uma longa espera na fila, esperei até muito pouco para ser atendida pelo médico que começou por me pregar um susto de morte, dizendo que me tinha inscrito para ser operada. Eu ia dizendo que devia haver algum engano. Para piorar as coisas e para aumentar o suspense, o telemóvel dele tocou. Nos escassos minutos que durou a chamada, fiquei em suspenso e com o coração nas mãos.

Afinal era mesmo engano. Já estava a ver a minha vida a andar para trás novamente. Isso não aconteceu desta vez. Havia que aproveitar um belo dia de Sol em que eu tirei férias para ir à consulta. Aproveitei para andar bastante na rua e tratar de assuntos que vinha a adiar por falta de tempo.

A transferida

Valham-me estes sonhos bem estapafúrdios para me distrair um pouco antes de mais uma consulta de Glaucoma.

Sonhei que uma colega minha afinal tinha sido transferida para Coimbra e espalhava ali o seu charme organizando uma multidão de colegas para os exames médicos. É que aquilo parecia mesmo a tropa.

Eu já havia feito exames de manhã, não sei o que estava lá a fazer por volta do meio-dia. Estava se calhar a ver os outros passar pelo mesmo. Ninguém conhecia essa minha colega a não ser eu. Ela continuava a gritar ordens, com um casaco azul e amarelo vestido.

Deitados numas marquesas em trajes menores, os colaboradores aguardavam pelos exames mas tinham de ser preparados previamente pela minha colega, cujo espírito de liderança e o modo autoritário desconhecia. Era só ela virar costas para uma das muitas incursões ao exterior da sala para ir buscar alguma coisa, que logo toda a gente se punha a cochichar, mostrando o seu desagrado por estar ali naquelas figuras. Ela entrava e toda a gente se calava.

Desta vez ela trazia pincéis desses de passar verniz nas portas com uma mistela qualquer para meter na boca de cada um de nós. Era da maneira que toda a gente ficava calada, até porque metade dos pêlos do pincel ficavam na nossa boca e, por mais que os cuspíssemos, sempre havia a sensação de ainda ficar algum.

Houve uma colega que saiu para ir à casa de banho, alegando que estava naqueles dias difíceis. Ela envergava um biquíni estampado e regressou depois de ter colocado um penso higiénico, a julgar pelo barulho que se ouvia de cada vez que ela se virava para poder tagarelar um pouco e enterrar a do casaco amarelo e azul que entrava na sala depois de ter saído pela enésima vez.

Aqueles colegas (muitos desconhecidos e muitos colegas de escola ou de curso) iam-me perguntando de onde tinha vindo tal personagem. Eu expliquei-lhes. Antevia-se uma existência difícil para as duas partes mas isso ficaria para outras núpcias. O despertador estava a tocar.

Thursday, October 23, 2014

Cachupa, caipirinha e música


O vigésimo segundo aniversário da ACAPO de Coimbra foi comemorado na sede com todos os condimentos para um dia bem passado.

Do almoço constou a apetitosa cachupa confeccionada por uma senhora com ligações a Angola. Enquanto se esperava pelo almoço, o terraço foi o ponto de encontro ente pessoas que há muito não se viam. Pelas mãos dos presentes circulavam os copos com a refrescante caipirinha. Estava um dia anormalmente quente para Outubro.

A conversa continuou ao almoço, com os pratos a abarrotar de cachupa como testemunhas desses momentos que passam bem depressa.

Por volta das três da tarde começou a animação musical a cargo de um senhor da Lousã. Nós não o deixámos actuar sozinho. Os camaradas das filas da frente pediam-lhe músicas que todos soubéssemos cantar e depois lá íamos cantado até que a voz nos doesse, como já dizia a outra.

No final não pôde deixar de haver bolo com os parabéns ainda acompanhados à viola.

“Sympathy For The Devil”- The Rolling Stones (Eu Não Conhecia Isto)



Esta é mais uma rubrica que aqui apresento neste mês de Outubro. Aqui é apresentada uma música que tenha ouvido e que não conheça, contando que saiba o título.

Abrimos bem com os Rolling Stones de Mick Jagger. Não me lembro de alguma vez ter ouvido isto e, a julgar pela minha reacção enquanto ouvia a música, de certeza absoluta que não conheço mesmo. De todo.

Esta música passou enquanto preparava a agenda para o mês de Novembro e arrancou-me alguns sorrisos porque, dado o seu título e depois o conteúdo, dava a sensação que se tratava de um cântico para um qualquer ritual satânico mas, ao mesmo tempo, seria um ritual satânico muito cómico. Ninguém chama os fiéis assim para um ritual satânico, penso eu.

Só sei que não fiquei indiferente a este tema.


Wednesday, October 22, 2014

Um automóvel na noite

Sonhei que era noite de Natal e na televisão passava programação muito apropriada para essa data festiva.

Na sala, a lareira estava acesa e enchia o espaço de agradável calor. Era uma noite fria, tal como se quer nesta época do ano, ideal para se estar em casa com a família à volta da mesa da Consoada.

Sentada no sofá, ia fazendo festas à Feijoa que se enroscava em mim e ronronava. O repasto ainda não tinha começado.

Todo este ambiente tranquilo foi quebrado pela travagem brusca de um carro na rua. Ninguém queria ir ver o que se passava e lá tive eu de deixar o quentinho da sala para sair para a rua.

Não vi nada de especial na estrada. Havia gatos a correrem uns atrás dos outros mas o carro que travou bruscamente na rua era o do meu vizinho que chegava para a Consoada.

Olhei para o Céu. Estava uma bela noite de luar. Tinha chovido mas o Céu estava limpo. Era quase como se fosse de dia. Afinal…já era de madrugada.

Não me recordo de ter acordado de imediato. Com certeza não.

“O Espião Improvável” (impressões pessoais)


LOGRO. Esta é a palavra-chave de mais um empolgante livro da autoria de Daniel Silva. Desta vez o protagonista não é Gabriel Allon tão do meu agrado. Trata-se, desta vez, de um romance de época situado na Segunda Guerra Mundial.

A tensão entre a Alemanha de Hitler e os Aliados cresce à medida que a guerra vai avançando. Os Aliados preparam a invasão da França, resgatando assim aquele território aos Nazis. Para isso há que arquitectar um plano, nem que se tenha de recorrer a jogos rasteiros- o tal logro.

Alfred Vicary é contratado directamente da universidade onde dá aulas para os serviços secretos e tem de tomar decisões.

Do lado dos alemães opera Catherine/Anna que é uma espia bem treinada e uma assassina implacável, não olhando a meios para atingir os seus fins. Já o seu companheiro demonstra outra sensibilidade e opta por poupar os inocentes (especialmente mulheres), só matando quando alguém o tenta também matar. No meu caso, gerou-se aqui uma certa empatia com este personagem, talvez pela sua história anterior à guerra com a qual me identifico pessoalmente. Ao longo da obra, vai mostrando o seu lado sensível e protector, especialmente para com Jenny. Acho que merecia outro desfecho.

No início a leitura desta obra foi um pouco maçadora porque havia imensos personagens e uma época específica da nossa História para enquadrar e a descrição do que se passou antes para chegar àquele momento e agirem daquela forma. Estes personagens eram muitos e diversificados e era difícil imaginar quais as relações que iam ter entre si na obra. Tudo se arranjou e depois a leitura foi fluindo, tornando-se viciante até ao final. Tirando este início, foi uma leitura bem interessante.

Episódio engraçado? Quando colocam microfones na casa de Peter Jordan para escutar o que se passa entre ele e Catherine/Anna dizem que o equipamento é tão bom e a casa está tão vigiada que até é possível ouvir um rato a dar um traque.

De volta aos clássicos nacionais, leio agora “As Pupilas Do Senhor Reitor” de Júlio Dinis.

Como estava gordo o borrego

Foi mesmo nos segundos finais, por isso soube melhor. Tinha de ser Ronaldo a marcar o golo que nos deu a vitória em Copenhaga e assim matou um borrego com mais de quarente anos. Apesar de se notarem visíveis melhorias na nossa exibição, não ganhamos para o susto, como irão ver.

A Dinamarca já cria perigo de livre.

Fernando Santos está no banco a apanhar chuva. Ele que nem era para ali estar mais ainda bem que está! Chove imenso em Copenhaga.

Danny e Ronaldo falham uma excelente oportunidade de golo.

Schmeichel defende com dificuldade um remate de Danny.

Ronaldo remata ao lado e causa frissom no estádio e fora dele. Os portugueses estão muito entusiasmados e esperançados num bom resultado. Estão a vibrar um pouco por todo o Mundo.

Ronaldo finaliza por cima.

E aquele nosso amigo que ainda hoje não se tinha visto- o Jogador Número Nove da Dinamarca a quem os espanhóis chamam simplesmente Michael- remata cruzado ao poste. Que perigo!

E ele continua a ameaçar. Acordou agora e, infelizmente para nós, ainda não é tarde. Estou a falar do Michael, que é como o conhecem lá para os lados de Vigo. Um Michael da Dinamarca automaticamente me faz lembrar esta banda dinamarquesa e especialmente esta música que é a mais conhecida e a minha favorita deles.



Vibe cria perigo. Estou a ver as coisas muito complicadas. Vamos para intervalo com um empate a zero. Ainda bem que a primeira parte acaba logo quando os dinamarqueses estavam a carregar.

Kasper Schmeichel volta a negar o golo a Ronaldo. Ainda na sequência do canto que resultou deste lance, William Carvalho remata por cima.

E o Jogador Número Cinco da Dinamarca fica completamente grogue porque leva com uma bolada à queima-roupa vinda de Agger. Entra o Jogador Número Dezassete para o seu lugar e ele vai virado ao hospital, imagine-se. Que lesão mais estúpida!

E o Michael tenta ali o cruzamento olímpico. Rui Patrício estava atento.

E sai mais um remate do suspeito do costume, do Michael novamente. Sorte que estava fora de jogo.

Ronaldo tem também mais um remate ao lado.

Já em tempo de compensação, o único cartão amarelo do encontro é exibido a Cristiano Ronaldo.

GOOOOOOOOOOLOOOOO RONALDO! O cruzamento foi de Quaresma. Foi mesmo no último segundo. O jogo já acabou. Ganhamos!

Chuva mesmo no final



A primeira caminhada em que eu iria participar decorreu nos arredores de Poiares. O Céu ameaçou constantemente enviar imensa chuva para nos brindar mas isso só veio a acontecer mesmo no final da caminhada.

Estava imenso vento e por vezes empurrava-nos quando íamos a descer no asfalto.

Eu não fui para o percurso mais difícil. Juntamente com outros caminheiros, percorri a estrada, sempre a descer, até ao bar da praia fluvial onde esperámos pelos outros.

Depois ainda houve um pequeno percurso até ao autocarro. Aí apanhámos chuva e o terreno era muito a subir. Da molha não nos livrámos.

Como sempre acontece, seguem algumas fotos.

Estreias, regressos e questões laterais

A estreia de Fernando Santos como novo seleccionador nacional estava marcada para Paris onde iríamos defrontar a sempre difícil França e limar arestas para o jogo a doer na Dinamarca da próxima terça-feira. Portugal perdeu por 2-1 mas deixou uma imagem positiva na segunda parte especialmente. Apesar dos erros defensivos, acabou por ser um teste bastante positivo.

Pela disposição da equipa, Ronaldo jogará a ponta de lança.

Cédric estreia-se na Selecção e logo a titular. Tiago regressa alguns anos depois e Danny também esta no onze titular.

E a França já marca por Benzema que aproveitou um erro defensivo nosso. Estamos ainda com três minutos. Vamos levar poucas, vamos!

E os franceses continuam a criar perigo.

E desta vez Rui Patrício evita o perigo dos franceses. Parece que Eliseu entrou mal no jogo. O jogador do Glorioso SLB também regressa à Selecção, fruto da excelente época que está a fazer.

Danny remata por cima.

A França carrega.

Que perigo agora para a baliza francesa! Foi Nani a rematar ao lado.

André Gomes remata por cima.

Apesar de ser um jogo amigável, Cabaye vê o cartão amarelo por falta sobre João Moutinho.

Eliseu continua a meter água mas Benzema desta vez não aproveita.

Rui Patrício tem de se aplicar para evitar o segundo golo da França.

O nosso amigo Mangala que trocou o Porto pelo Manchester City viu o cartão amarelo que já lhe é habitual ver por agarrar Ronaldo.

Valbuena está no chão mas nem falta o árbitro polaco assinalou, o que é que os franceses querem?

Rui Patrício está num excelente momento de forma. Já defendeu mais um lance de perigo dos franceses. Com certeza é graças a ele que vamos para intervalo só a perder por 1-0.

Com William Carvalho e o regressado Ricardo Carvalho em campo, Portugal carrega.

O guarda-redes francês defende com dificuldade um remate de Ronaldo.

Eliseu cria um ataque que o guarda-redes francês segura.

Pogba faz o segundo golo da França quando Portugal estava melhor no jogo.

Matuidi remata ao lado.

Ronaldo remata ao lado a assistência de Eder e fica a reclamar uma grande penalidade.

Mal acabou de entrar, o estreante João Mário logo sofreu uma grande penalidade. Quaresma, que também esteve algum tempo afastado da Selecção e regressa esta noite, vai tentar converter e não falha.

Eliseu é travado em falta. Dentro ou fora da área, eis a questão. Do livre resulta um remate ao lado e a queda do árbitro auxiliar. Foi Quaresma a cobrar.

Já se gritava golo mas João Mário apenas rematou ao lado.

O jogo termina com uma derrota, é certo, mas a impressão que fica é bastante positiva. Para a Dinamarca, talvez a aposta seja neste onze que regressou para a segunda parte. William Carvalho dá outra consistência ao meio-campo e Ricardo Carvalho regressou bem e segurou as pontas no sector mais recuado. Quanto aos laterais, eles só estiveram mal na primeira parte, fruto também de uma maior exposição ao adversário que muitas vezes os deixou em contrapé.


Sunday, October 12, 2014

Vespa Asiática (Sempre A Aprender)


Esta é uma rubrica nova que inicio neste mês de Outubro. Tem por objectivo partilhar aqui dúvidas que tenho sobre termos com que me vou deparando diariamente, quer através da leitura, quer através da actualidade, como é este o caso, quer através de outra fonte de informação.

Tendo ouvido a notícia da evacuação de uma escola em Viana do Castelo devido à queda de um ninho de vespa asiática, quis logo saber o que se entende por vespa asiática. Inicialmente pensei que se tratava daqueles moscardos grandes. Há anos que existe disso em minha casa. Muitas vezes eles entram pela porta adentro, causando o pânico. Lembro-me de uma ocasião em que coloquei insecticida para matar um. Tranquei-me no quarto para ele não me morder. Passado uns minutos, abri a porta e vi que aquele enorme insecto estava no chão mas estava ainda vivo. Então acabei de o matar com os pés. Não, a vespa asiática não é nada parecida com esses insectos.

Estima-se que este insecto originário da Ásia Oriental tenha sido trazido para França em 2005. Daí seguiu para Espanha e depois para o Norte de Portugal, onde a sua prevalência é mais significativa.

Estes insectos não acarretam perigo adicional para o Ser Humano mas deverão ser destruídos pela devastação que causam na apicultura. É a sobrevivência das abelhas do mel que está em causa, não a segurança do Ser Humano.

Quanto ao pânico que se gerou na escola, terá sido o normal que se criaria se tivesse caído um ninho de vespas das que já conhecemos aqui. Lembro-me de uma ocasião, era eu pequena, chutei uma bola da entrada da porta da cozinha e ela incrivelmente acertou num ninho de vespas que se encontrava em cima de uma viga. Imediatamente fechei a porta e fiquei a observar a debandada das vespas na direcção da rua.

Quando a minha mãe chegou a casa, apanhou o ninho do chão com mil cuidados e queimou-o na lareira.


Representação honrosa além-fronteiras

Jamie Ching, Albertina Afonso e Irina Cláudio estão de parabéns pela representação em Campeonatos internacionais de Maxithlon.

Comecemos por Jamie Ching que conseguiu mesmo a medalha de prata nos cem metros do Campeonatos de veteranos da África, Ásia e Pacífico que decorreram no Japão. Numa prova em que só participaram três atletas e só dois acabaram, com o tempo de 12.36, o atleta neozelandês de trinta e cinco anos não levou de vencido o seu oponente australiano Christian Darwall.

Ching competiu ainda nos duzentos metros, tendo ficado em quarto lugar com a marca de 25.32.

Ainda na velocidade, tivemos a participação da jovem Albertina Afonso nos quatrocentos metros dos europeus de juniores que decorreram em Itália. A atleta de dezassete anos ficou em décimo nono lugar com a marca de 1.02.55 que foi também a sua melhor marca pessoal.

Por último, tivemos mais uma vez a maratonista Irina Cláudio a competir ao mais alto nível em Madrid nos mundiais de seniores. A nossa melhor atleta de sempre ficou em vigésimo oitavo lugar com o tempo de 2h.36.14.61.

Em suma, estivemos bastante bem representados. Obtivemos uma medalha de prata, um recorde pessoal batido e uma participação nos mundiais, o que é um feito difícil.



Estrada de fogo



Como tirei o dia de férias para ir à consulta de Hipovisão no Hospital Pediátrico, aproveitei para vir para casa mais cedo.

Apanhei o autocarro da uma e meti-me ao caminho depois com a mochila da minha tralha às costas. Já vinha preparada para o calor. Em pleno mês de Outubro devem estar aí uns trinta graus ou mais na rua. Nem em Agosto esteve assim.

Vesti roupas leves, coloquei um boné na cabeça e liguei o mp3 para me fazer companhia nesta caminhada.

Depressa percebi que a jornada ia ser árdua, pois o calor junto à estrada era quase insuportável. O alcatrão como que filtrava o calor. Era demais. Não via os quilómetros a passar, nem a hora de colocar os pés em casa.

Avistar o portão de casa foi como cortar a meta de uma prova de quatrocentos metros bem rasgadinha. Vinha com a roupa colada ao corpo e com uma sede digna de deserto.

Faria o caminho inverso dois dias mais tarde e não me custou nem metade do que havia custado naquela tarde anormalmente quente de Outubro.


Thursday, October 02, 2014

Família de felinos

Há sonhos que parecem mesmo reais e este, embora curto, é um deles.

Sonhei que estava em casa e, a certa altura, olhava para cima da gaiola dos pássaros enquanto falava com a minha mãe. Como acontecia há alguns anos atrás, surgiu pelo buraco deixado ficar de propósito para o efeito um gato branco que não conhecia. Imediatamente chamei a atenção da minha mãe para o facto.

A minha mãe nunca tinha visto tal gato, que afinal era uma gata e não estava sozinha. No sofá da sala, embrulhados em roupa, encontravam-se quatro gatinhos. Uns eram brancos como a mãe e outros eram castanhos. A minha mãe não sabia o que lhes fazer mas eu insisti para ela os deixar ficar. Disse inclusive que colocaria um post no Facebook a apelar à sua adopção. Comecei logo a tirar fotos com o telemóvel e constatei que estes gatinhos já eram grandes, não eram recém-nascidos. Vinham também com outra companhia…as pulgas que traziam e que eram muitas.

Apareceu a Feijoa em casa e eu reparei que ela estava muito magra. A minha mãe disse que ela raramente parava em casa agora. Se andava magra, não era por estar doente, era por andar sempre sei lá por onde.

Só quando ouvi o despertador é que dei conta de que estava a sonhar.

Wednesday, October 01, 2014

Emocionantes instantes finais

Tudo preparado para uma noite europeia das antigas. Com os olhos postos em Alvalade onde o Sporting jogava com o Chelsea de Mourinho e os ouvidos na Ucrânia onde o Porto iria defrontar o Shakhtar Donetsk, lá fui apontando as incidências dos jogos. Menos sorte para o Sporting que perdeu 1-0 com o Chelsea. O golo foi de Matic. Já Jackson, que começou no banco, deu o empate a duas bolas ao Porto nos instantes finais do encontro. Os dragões estiveram a perder por 2-0.

Comecemos por Alvalade onde Diego Costa já cria perigo e Rui Patrício já se tem de aplicar. Foi da maneira que aqueceu.

Na Ucrânia, Aboubacar cria perigo.

Fabiano evita males maiores para o Porto. Fernando Eurico da Antena 1 está extasiado com o fino recorte técnico dos jogadores brasileiros da equipa adversária do Porto e não esconde isso.

Danilo, outro brasileiro, aplica uma potente ameixa e cria perigo junto à baliza ucraniana.

Em Alvalade, Rui Patrício volta a negar o golo ao Chelsea.

Ivanovic encontra-se agora em apuros. Está agarrado ao joelho direito, parece-me a mim.

Courtois defende um cabeceamento de Slimani. Na resposta, Rui Patrício prossegue com a sua magnífica exibição até ao momento e faz mais uma defesa.

Rui Patrício hoje está inspirado. Ainda bem!

O Chelsea falha agora um golo que provavelmente Mourinho já pensava em festejar.

O primeiro cartão amarelo da partida é exibido ao Jogador Número Catorze do Sporting que é o William Carvalho.

Na Ucrânia, Maicon cria perigo para a sua própria baliza mas Fabiano resolve.

E Matic faz o golo do Chelsea em Alvalade perante um coro de assobios vindos das bancadas. O público sportinguista não esquece a ligação do Jogador Número Vinte E Um do Chelsea ao Glorioso SLB onde dignificou enormemente a camisola encarnada do rival dos leões. Estamos aí com trinta minutos de jogo, talvez um pouco mais.

Entretanto foi assinalada na Ucrânia uma grande penalidade a favor do Porto. Dizem que foi mal assinalada. O guarda-redes do Shakhtar defende-a de qualquer das formas. Não sei quem a tentou converter. Foi o Brahimi.

Outro argelino- o Slimani- cria algum perigo em Alvalade.

Saiu um cartão amarelo para Adrien, me parece.

Tello cria perigo na Ucrânia e William Carvalho permite a defesa de Courtois em Alvalade.

Ambos os jogos chegam ao intervalo. O Sporting perde em casa com o Chelsea por 0-1 e o Porto empata a zeros na Ucrânia com o Shakhtar.

A segunda pate em Alvalade começa com um remate de longe de Nani.

O ruidoso e insuportável coro de assobios vai para o árbitro espanhol. Reclama-se grande penalidade sobre Nani.

Na Ucrânia, o Porto cria perigo por Tello.

O Shakhtar faz o primeiro golo por intermédio de Alex.

Em Alvalade, o jogo é de parada e resposta.

Adrien remata para fora.

Ivanovic viu cartão amarelo por travar Nani em falta. O livre é perigoso mas vai contra a barreira.

Maurício vê cartão amarelo por ceifar Diego Costa. Ele ainda não viu o cartão a que tem direito porque se lesionou também no lance e está no chão. Maurício sai mesmo em maca mas o árbitro espanhol ergue mesmo assim o cartão amarelo no ar.

Hazard também vê o cartão amarelo agora.

Adrien remata por cima.

Cédric vê o cartão amarelo por entrada dura sobre Hazard.

Parece que houve cartão amarelo para Felipe Luiz.

O Porto faz pela vida na Ucrânia mas o golo não surge. O Sporting está previsivelmente em apuros em Alvalade.

Que perigo agora para a baliza de Rui Patrício!

Luiz Adriano faz o segundo golo para o Shakhtar. Tudo mais complicado para o Porto!

Nani volta a remar contra a maré amarela do Chelsea em Alvalade.

Ainda há mais uma grande penalidade a favor do Porto na Ucrânia.

Enquanto Jackson converte a grande penalidade, outro colombiano- o Montero- cria perigo em Alvalade.

O Sporting carrega. Está a fazer pela vida.

Rui Patrício volta a negar o golo á equipa de Mourinho.

O Porto ainda empata o jogo na Ucrânia a duas bolas. Foi Jackson que saltou do banco para resolver isto.

No final registou-se um empate a dois golos na Ucrânia e uma derrota do Sporting em Alvalade por 0-1.