Ricardo Araújo Pereira traz-nos este livro que nos ensina algumas dicas de como ter piada ou escrever humor.
Ele traz aqui vários exemplos tirados da literatura e do cinema dos vários tópicos que apresenta.
Sendo os “Gato Fedorento” quem mais me tem feito rir, estamos na presença de uma voz autorizada em matéria de humor.
Eu continuo a afirmar que o que funciona mais para mim é o contrário daquilo que normalmente acontece. Existe um sketch que é disso exemplo que fala de donos abandonados pelos animais de estimação. Normalmente é o contrário que acontece.
Imitar alguém, salientando muito o que essa pessoa costuma dizer, tiques e características também me faz rir. Durante muitos anos o “Contra-Informação” foi disso exemplo com os bonecos das personalidades da vida em Portugal e no estrangeiro.
Tirar algo do contexto e colocar essa situação noutros contextos diferentes também funciona. Os “Gato Fedorento” faziam muito isso. Lembro-me de um sketch deles em que a ministra da Educação era vaiada onde quer que fosse. A última cena era quando ela se ia deitar e era vaiada também pelo marido debaixo dos Lençóis.
Enfim, rir é o melhor remédio. Dizemos que só nos rimos do mal. Sim, eu rio-me de coisas que nem me devia rir. Uma vez ia a atravessar uma passadeira. Houve um carro que parou para eu passar, vinha um homem com uma pequena moto e não parou a tempo. Bateu na traseira do carro e a moto derrapou na estrada. Eu já nem aguentava mais de tanto me rir. E se ele se tinha aleijado?
Mas também me rio de coisas que acontecem comigo. De quedas. Uma vez fomos para o auditório da escola falar do terceiro Mundo, da fome em África, das doenças que assolam esse continente… como em qualquer auditório, há umas escadas e havia pequenas mesas de madeira em cima dos degraus onde os alunos se sentavam. Essas mesas eram muito leves. Eu trazia o saco de Educação Física e tentei colocálo debaixo da mesa. A mesa desequilibrou-se, galgou uma série de degraus e foi parar precisamente aos pés da pessoa que estava a falar. Esforçando-me para não rir, ainda me ria mais.
Outra situação da qual ainda hoje me rio tem a ver com um presente para o dia Da Mãe. Comprei uma pequena jarra de cerâmica para dar á minha mãe. Era uma sexta-feira e vinha de Coimbra. Ainda estudava e o meu pai ainda trabalhava. Eu chegava a Anadia por volta das cinco horas e o meu pai saía do trabalho mais ou menos a essa hora e levava-me na motorizada para casa. Levava a jarra embrulhada em papel. Numa curva, a jarra foi parar ao chão e partiu-se. Nós deixámos os cacos no mesmo sítio e fomos comprar outra que não era tão bonita como a que partiu. Pouco depois de estarmos em casa, vimos parar à nossa porta um veículo cujo condutor não conhecemos. Ele apresentou-nos o embrulho que tínhamos deixado no chão, pensando que tínhamos perdido algo de valor. Fazendo um esforço imenso para não me rir, expliquei que era uma jarra que se tinha partido a dar a curva. O homem ficou sem saber o que dizer. Pensando muito, lamentou ter vindo trazer cacos a nossa casa. Mal ele arrancou com o carro, eu explodi de riso.
Depois há aquelas situações a que não achamos piada na altura mas depois dá vontade de rir. Neste momento não estou aqui a ver um exemplo.
Mas sim, eu só me rio do mal. Acho que é assim com toda a gente.
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