Saturday, January 04, 2025

“Até Onde Se Pode ir” (impressões pessoais)

 

Morreu ontem pacificamente em sua casa, como reportaram os seus familiares,  David Lodge. O escritor britânico tinha oitenta e nove anos.

 

Fui procurar na minha vasta biblioteca digital se tinha algum livro dele e apenas tinha este. Portanto, não tive escolha.

 

Acabou por se tornar um livro de fácil e divertida leitura. Li-o  de um só fôlego e não se trata de um livro de suspense.

 

Trata-se de uma sátira aos rígidos dogmas da igreja Católica que castram os jovens e condicionam uma existência saudável.

 

Mais um livro que vai dar azo á minha tão conhecida ladainha que sempre tenho por aqui neste meu humilde espaço sobre religiões, sejam elas quais forem, inclusive aquela na qual eu fui educada.

 

Mais uma vez afirmo alto e bom som para quem me quer ler ou ouvir que deus nenhum define ou ordena o que eu devo ou não fazer com a minha vida, ameaçando com castigos eternos. Definindo como pecados mortais e com direito a estadia no inferno coisas que são puramente humanas, necessidades fundamentais de um Ser Humano que tem um corpo e precisa de satisfazer algumas necessidades. Tudo bem que é moralmente condenável tirar a vida a alguém mas há outras coisas que enfim, são pecados mortais.

 

Não sendo de todo humano, quem é Deus para colocar entraves às necessidades de um corpo físico? Que moral tem para condenar sentimentos e pensamentos? Vou mais longe. Deus por acaso pensa?

 

Depois há aqui as questões de colocar em risco a saúde sobretudo das mulheres que são coagidas a gerar filhos sem contraceção, segundo os mais radicais. Sou contra o aborto mas sou cem por cento a favor de todo o tipo de contraceção. Que é que Deus tem a ver se a mulher toma a pílula ou se foi usado preservativo numa relação sexual? Como não é humano, Deus não sabe o que são doenças venéreas.

 

Isto tudo vem entroncar na minha velha opinião: a religião, qualquer que ela seja, foi feita pelos homens para regular a sociedade. A igreja Católica surgiu porque em Roma se vivia na completa desordem. Por exemplo, desconfio que o pecado da gula terá tido origem nos exageros que por lá se cometiam. Eles, Romanos, até tinham á entrada locais chamados vomitórios para os convivas deitarem fora os exageros das faustosas refeições.

 

A Sociedade evoluiu. Já não há lugar para os velhos dogmas nem para as ultrapassadas ameaças de Deus com o fogo do Inferno. Por mais que a Igreja condenasse á fogueira quem um dia ousou dizer que a Terra era redonda, agora está-se quase em condições de provar que há universos paralelos.

 

Ainda fará sentido haver religiões baseadas em escritos de há milhares de anos? Creio que não.

 

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