Wednesday, May 20, 2015

À base de cerejas








Muito calor esperava-nos à chegada ao Fundão onde, mais uma vez, iríamos efectuar mais uma caminhada juntamente com outros grupos de caminheiros de todo o País.

Mal colocámos os pés fora do autocarro, estava à nossa espera uma caixa de cerejas logo para provarmos. Estavam deliciosas. Muito docinhas.

Depois da concentração, lá seguimos enfrentando o calor e as adversidades do terreno mas era para isso que ali estávamos. Houve quem achasse o percurso muito duro e houve também quem não conseguisse chegar ao fim. Como referi acima, o calor também era muito e isso dificultava imenso a tarefa porque havia mais cansaço, mais desidratação e mais problemas para quem já tem alguns.

Eu concluí a caminhada do princípio ao fim. No início não estava a ter boas sensações na primeira subida mas a outra, a mais difícil, até me correu bem. A dificuldade daquela subida tinha a ver com o facto de a terra se mover. A minha táctica para a subir foi agarrar-me aos troncos das árvores e subir a última parte de gatinhas mesmo. Teve que ser. Para se ter uma ideia, aquilo era mesmo um morro. Não era um monte nem uma subida.

Sinceramente, não achei esta caminhada tão difícil como por exemplo a que fizemos em Torre de Moncorvo. Tive as naturais dificuldades nas descidas com piso acidentado mas, com a ajuda dos companheiros a meu lado a quem agradeço, consegui ultrapassar. Como era uma caminhada com muita gente, eu sempre tive a ideia, desde início, de não me preocupar se vinha à frente ou atrás, o que interessava era estar com alguém do meu grupo nas imediações. Assim foi do início ao fim da caminhada. Andei sempre com um casal de companheiros que estavam ali do meu lado sempre que precisei, não só para a eventualidade de haver dificuldades no percurso, como para me abastecer de água fresca e de cerejas. Andei movida a cerejas durante toda a caminhada. Eu não fazia ideia da energia que as cerejas, um fruto tão pequeno, davam. É que se notava mesmo.

E concluí os mais de doze quilómetros da caminhada e dirigi-me para o almoço. Há ainda a lamentar uma jovem que se magoou num pé quando uma pedra lhe rolou debaixo dos pés e um colega nosso que não se sentiu bem num terreno com imensas subidas e bem duras, isto para não falar do calor que estava. Eu devo ter bebido aí umas cinco garrafas de água e ainda as enchemos quando encontrámos correntes naturais de água fresca. A que eu levava nos meus bidões já não estava boa para beber.

Por acaso gostei desta caminhada. Foi dura, com muitas subidas mas é assim que eu gosto.

Tirei poucas fotos desta vez porque tinha naturalmente de estar atenta aos trilhos.

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