Muito calor esperava-nos à chegada ao Fundão onde, mais uma
vez, iríamos efectuar mais uma caminhada juntamente com outros grupos de
caminheiros de todo o País.
Mal colocámos os pés fora do autocarro, estava à nossa
espera uma caixa de cerejas logo para provarmos. Estavam deliciosas. Muito
docinhas.
Depois da concentração, lá seguimos enfrentando o calor e as
adversidades do terreno mas era para isso que ali estávamos. Houve quem achasse
o percurso muito duro e houve também quem não conseguisse chegar ao fim. Como
referi acima, o calor também era muito e isso dificultava imenso a tarefa
porque havia mais cansaço, mais desidratação e mais problemas para quem já tem
alguns.
Eu concluí a caminhada do princípio ao fim. No início não
estava a ter boas sensações na primeira subida mas a outra, a mais difícil, até
me correu bem. A dificuldade daquela subida tinha a ver com o facto de a terra
se mover. A minha táctica para a subir foi agarrar-me aos troncos das árvores e
subir a última parte de gatinhas mesmo. Teve que ser. Para se ter uma ideia,
aquilo era mesmo um morro. Não era um monte nem uma subida.
Sinceramente, não achei esta caminhada tão difícil como por
exemplo a que fizemos em Torre de Moncorvo. Tive as naturais dificuldades nas descidas
com piso acidentado mas, com a ajuda dos companheiros a meu lado a quem
agradeço, consegui ultrapassar. Como era uma caminhada com muita gente, eu
sempre tive a ideia, desde início, de não me preocupar se vinha à frente ou
atrás, o que interessava era estar com alguém do meu grupo nas imediações.
Assim foi do início ao fim da caminhada. Andei sempre com um casal de
companheiros que estavam ali do meu lado sempre que precisei, não só para a
eventualidade de haver dificuldades no percurso, como para me abastecer de água
fresca e de cerejas. Andei movida a cerejas durante toda a caminhada. Eu não
fazia ideia da energia que as cerejas, um fruto tão pequeno, davam. É que se
notava mesmo.
E concluí os mais de doze quilómetros da caminhada e
dirigi-me para o almoço. Há ainda a lamentar uma jovem que se magoou num pé
quando uma pedra lhe rolou debaixo dos pés e um colega nosso que não se sentiu
bem num terreno com imensas subidas e bem duras, isto para não falar do calor
que estava. Eu devo ter bebido aí umas cinco garrafas de água e ainda as
enchemos quando encontrámos correntes naturais de água fresca. A que eu levava
nos meus bidões já não estava boa para beber.
Por acaso gostei desta caminhada. Foi dura, com muitas
subidas mas é assim que eu gosto.
Tirei poucas fotos desta vez porque tinha naturalmente de
estar atenta aos trilhos.
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