Monday, April 08, 2024

“Benvindos ao sul” (impressões pessoais)

 

Não são só thrillers e policiais que vem dos países nórdicos. Também surgem livros como este que parecia que era apenas um livro para descontrair e acabou por se revelar uma grande história.

 

Marianne Kaulin é uma autora norueguesa que nasceu em 1974 e traz-nos este livro mais voltado para  um público juvenil. Acabou por ser uma história que me marcou imenso porque também me fez lembrar algumas histórias de quando eu andava na escola.

 

Aos doze anos, as crianças, na passagem para a adolescência, acabam por ser cruéis umas com as outras, sobretudo com quem é diferente. Na Noruega o nível de vida é mais elevado e quase todas as famílias têm rendimentos para passarem férias no Estrangeiro. Numa turma com vinte alunos que sejam, há uma ou duas crianças sem rendimentos, ao contrário do que acontecia no meu meio. Então na minha terra havia gente que nunca tinha ido a Aveiro ou Coimbra que eram as grandes cidades mais perto.

 

A personagem desta história era obrigada a mentir em tudo para ser aceite pelos colegas, inclusive disse que ia passar férias ao sul. Ela não estava sozinha, para ser aceite, ela desprezava um colega novo que morava no mesmo prédio de habitação social do que ela.

 

A menina não saiu á rua durante um tempo com medo que a vissem. Mentia á mãe que ia á praia com uma amiga imaginária para não sair á rua e ir de bicicleta para casa da sua avó. Ela não tinha amigas por ser pobre.

 

O novo colega ia bater—lhe á janela e, ao fim de muita insistência, ela acedeu a brincar com ele.

 

O menino tinha descoberto um apartamento abandonado que acabou por conter elementos de uma grande história de amor. Juntos, os jovens transformam o exíguo espaço no sul e postam fotos nas redes sociais. Acabam por ser descobertos. Perante os colegas, a menina acaba por dizer que tudo foi ideia do novo colega, mais uma vez para ser aceite. Isto acaba por o magoar.

 

Com tudo isto ela acaba por descobrir que não deve mentir e que a amizade vale mais do que qualquer tipo de riqueza ou ostentação. Ela tem um amigo e, já dizia sérgio Godinho, coisa mais preciosa no Mundo não há.

 

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