Agora um livro diferente. Paul auster fala-nos das relações humanas no contexto de grande vulnerabilidade social, seja devido a crises económicas, seja devido a guerras.
Ele conta a história de Miles que, em plena crise de 2008 muda-se para uma casa vazia juntamente com três outros jovens que vivem uma existência um tanto ou quanto errante. El nunca conseguiu superar a morte do filho da sua madrasta que foi empurrado por ele para o meio da estrada no meio de uma discussão sem importância e acabou por ser atropelado mortalmente. Miles deixou tudo para trás e desapareceu durante sete anos.
Ele ganha algum rumo na vida quando conhece pilar, uma jovem menor de idade com menos doze anos do que ele. Ameaçado pela irmã da emigrante cubana, Miles deixa a florida e regressa a Nova Iorque onde a sua família ainda vive. Ele acaba por reatar a relação com os seus pais, não por iniciativa própria, mas porque os outros insistem.
Ao longo desta obra há constantemente a referência a um filme passado depois da Segunda guerra Mundial quando os soldados regressam a casa. Mais uma vez, a volatilidade das relações humanas está aqui em causa.
Miles, na minha opinião, o personagem principal deste livro, demonstra alguma cobardia e irresponsabilidade. Foge sempre dos problemas em vez de os encarar de frente. Nota-se que é alguém inseguro e constantemente perde o rumo. Precisa sempre de alguém mais maduro do que ele para o tentar colocar no caminho certo e a tomar as decisões mais sensatas. Curiosamente existe um antagonismo entre o inseguro Miles e a jovem Pilar que, apesar da sua tenra idade, é muito segura de si e parece transferir alguma dessa segurança e maturidade para Miles.
Este livro mostra que devemos enfrentar sempre as situações difíceis, por mais dolorosas que elas sejam. Fugir e descartar responsabilidades não é solução.
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