Este foi o livro escolhido para este mês de abril no nosso grupo de leitura.
Vem mesmo a propósito porque, na semana que se comemora o 25 de abril, surge um retrato da sociedade portuguesa durante o Estado novo.
Sara Beirão aborda a temática da mulher e da voz que não lhe era dada nessa altura. Nas classes mais abastadas, os casamentos eram arranjados tendo em vista interesses económicos, quase sempre sem que a mulher fosse consultada. Havia uma enorme pressão para casar. Dizia-se que, se não casasse, ficaria sozinha no Mundo e desprotegida. Enfim, não consideravam a mulher capaz de viver a sua vida, tomar decisões ou mesmo escolher se o casamento era de facto o que queria.
Como resultado temos aqui alguém como Gabriela que esperou pelo nascimento da sua neta Estrela para, enfim, começar a viver a vida, e dar todo o apoio que ela nunca teve á sua descendente.
Estrela não tinha grande vocação para casar e foi obrigada a se amarrar a um casamento sem amor. O grande amor de Estrela era a leitura e a escrita.
Muitas vezes ela escondia-se na sua biblioteca a ler e a escrever, até que deu os seus contos à avó para ela os ler. Juntas viajaram até Lisboa para pedir ajuda àquele que foi o grande amor da sua vida e que não se uniu a ela por questões de negócios porque antigamente, mais do que hoje, o casamento é um negócio.
Nesse percurso em que Estrela publica os seus escritos sob pseudónimo e o seu livro vende-se que nem pãezinhos, ela conhece João Veiga que é também um homem das letras. Imediatamente ambos se apaixonam mas há o problema de Estrela já ser casada.
Mas o Destino pode reservar grandes surpresas. Dignas de romance…
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