Saturday, May 25, 2024

Cheiros e texturas com memórias

 

Esta manhã foi marcada pela visita ao jardim sensorial do jardim  Botânico de  Coimbra.

 

Este espaço tem inúmeras plantas que podemos tocar, cheirar e até comer. Antes foi altura de rever algumas das mais frondosas e antigas arvores de   grande porte que ali se encontram. Gincobilovas, árvores do ponto, si coias…

 

No jardim sensorial misturas de aromas povoavam todos os nossos sentidos. Pude ver alguns espécimes do reino vegetal que já não via há muito. Lembro-me de umas ervas que picam muito e que são tipo espiga vermelha. Há quanto tempo não via disso! Também aquelas plantas com folhas que se colam à roupa estavam por ali. Não é preciso ir ao jardim Botânico: aquela era a minha realidade na minha infância.

 

Encontrei aquelas flores brancas e vermelhas com olho amarelo. Havia muitas lá pela minha terra. Eu não sabia que elas abriam e fechavam com o Sol.

 

Mas a recordação mais profunda que tenho foi suscitada por umas florinhas roxas que são perfumadas. Dizem que são muito raras…Só se for agora, no tempo em que eu era pequena, havia-as  em abundância pelos campos da minha terra.

 

Houve uma temporada em que, de noite, vá lá saber-se porquê, eu via montes dessas flores. Era uma imagem muito nítida. Ficava com um misto de curiosidade e medo.

 

Houve uma noite em que isso estava a acontecer. Cada vez via mais flores dessas. Chamei a minha avó e ela ainda me assustou mais dizendo que seriam essas as flores que levaria para a cova. Fiquei aterrorizada…nunca mais   tinha voltado a ver dessas flores se não hoje. Nem tinha a noção na altura do quão perfumadas eram.

 

Esteve um belo dia e nós aproveitámos bem.

 

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