Para além das obras que povoam a cidade de Coimbra, inesperados e desnecessários obstáculos complicam a vida a quem não vê e exerce o direito de andar na rua como toda a gente. Mas alguns pensam que a rua é toda deles, apropriam-se da rua como se de uma divisão de sua casa se tratasse e isso não pode ser.
Mal a temperatura do ar aquece um pouco e surge algum raio de sol mais prolongado, logo os passeios, já de si estreitos, se enchem de pessoas que demoradamente conversam sobre tudo e mais alguma coisa, especialmente sobre a vida alheia, como se estivessem na sua sala de estar com chá e bolinhos á frente. Muitas vezes tenho pena de as bengalas ainda não virem munidas com buzina para lhes chamar a atenção. Falar para elas se arredarem ou bater com a bengala no chão com mais força já não resulta, tão bom está o paleio e ainda mais agradável está o dia para andar ao ar livre.
Ao virar da esquina, outra praga: uma trotinete a meio de um passeio estreito e atravessada no caminho. Escusado será dizer que lá fui bater. Se ela estivesse mais perto da estrada, era mesmo para lá que ela ia. Mais á frente nesse mesmo passeio, mais duas coisas iguais a essa, desta vez menos mau, estavam encostadas á parede. Nem devia era lá estar nenhuma.
As pessoas nem fazem ideia do stress que é para nós fazer um pequeno trajeto apenas e só porque pensam que a rua é toda delas e nem se lembram dos outros. É uma aventura simplesmente sair de casa.
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