Friday, May 24, 2024

A rua é um lugar hostil

 

Para além das obras que povoam a cidade de  Coimbra, inesperados e desnecessários obstáculos complicam a vida a quem não vê e exerce o direito de  andar na rua como toda a gente. Mas alguns pensam que a rua é toda deles, apropriam-se da rua como se de uma divisão de sua casa se tratasse e isso não pode ser.

 

Mal a temperatura do ar aquece um pouco e surge algum raio de sol mais prolongado, logo os passeios, já de si estreitos, se enchem de pessoas que demoradamente conversam sobre  tudo e mais alguma coisa, especialmente sobre a vida alheia, como se estivessem na sua sala de estar com chá e bolinhos á frente. Muitas vezes tenho pena de as bengalas ainda não virem munidas com buzina para lhes chamar a atenção. Falar para elas se arredarem ou bater com a bengala no chão com mais força já não resulta, tão bom está o paleio e ainda mais agradável está o dia para andar ao ar livre.

 

Ao virar da esquina, outra praga: uma trotinete a meio de um passeio estreito e atravessada no caminho. Escusado será dizer que lá fui bater.  Se ela estivesse mais perto da estrada, era mesmo para lá que ela ia. Mais á frente nesse mesmo passeio, mais duas coisas iguais a essa, desta vez menos mau, estavam encostadas á parede. Nem devia era lá estar nenhuma.

 

As pessoas nem fazem ideia do stress que é para nós fazer um pequeno trajeto apenas e só porque pensam que a rua é toda delas e nem se lembram dos outros. É uma aventura simplesmente sair de casa.

 

No comments: