“paciente 67” (impressões pessoais)

 

Mais um livro que tem o trauma como tema principal.

 

Dennis lehane traz-nos esta incrível história de um homem que  perdeu toda a sua família por um ato tresloucado da sua mulher que amava incondicionalmente. Ele sabia que a sua mulher tinha alguns desequilíbrios mentais e sentiu-se culpado por os negligenciar, até que foi tarde demais. Ele jamais imaginou que a mulher que amava pudesse praticar um ato tão hediondo. Claro que este homem que viu muita coisa na Segunda guerra Mundial e que era xerife de profissão antes da tragédia ficou, ele próprio, completamente desfasado da realidade a ponto de ir parar a uma das mais terríveis instituições psiquiátricas dos Estados Unidos. Digamos que ele era um caso de estudo. Um caso muito complicado.

 

A forma da mente deste homem lidar com o que aconteceu foi criar uma realidade paralela, um outro eu onde o seu passado e um mundo existente na sua cabeça coexistiam.

 

Naquela clínica alegadamente usavam doentes mentais para realizarem testes. Mas será que isso era verdade ou apenas fruto de uma mente perturbada pelo trauma?

 

Uma história um pouco parecida com a da personagem de “a Mulher na Janela” que li há uns dias. Ambas estas pessoas  sofreram traumas que uma pessoa normal tem dificuldade em se colocar no lugar destas pessoas que tiveram uma família e, de repente, ficam sozinhos no Mundo devido a tragédias- acidente no caso de Anna e crime hediondo no caso do paciente 67. Deve ser horrível ver toda a família morta quando há pouco tempo eles respiravam saúde. É muito complicado ver assim arrancadas da vida as pessoas que mais amamos. Claro que estas pessoas têm de vir a sofrer de transtornos. A dor e o trauma são insuportáveis. Estas pessoas eram normais, até que tragédias como estas lhes vieram bater á porta. Ambos carregam também com o peso da culpa. Anna porque ia a discutir com o marido por um caso extraconjugal que ela mantinha com um colega de trabalho, o Paciente 67 porque não se apercebeu do real estado da mulher.

 

São muitas as mães que matam os próprios filhos. Aqui em Portugal já aconteceu também. Normalmente estas mulheres tem qualquer tipo de doença mental, esquizofrenia, outro tipo de psicoses. Era o que também acontecia com a mulher do paciente 67.