Uma sugestão de leitura bem curiosa, esta do australiano Gerald Murnane, também uma estreia nestas lides de leitura.
Como classificar esta obra de pura ficção? Uma obra com um cariz filosófico muito vincado, uma reflexão sobre a sociedade cada vez mais individualista onde é cada um por si e cada um só pensa em si.
Um realizador de cinema chega a um hotel de uma parte da Austrália a que se chama planícies. Ele quer saber como vivem as pessoas por lá, dado se tratar de uma comunidade bem peculiar.
Ele descobre que cada planície está dividida numa pequena porção de terra governada por poucos indivíduos ou ás vezes por um só. Em suma, cada um manda no seu quintal.
A luta por tudo e a competitividade feroz são fatores marcantes nesta organização social imaginária. Quem tem os melhores brasões de família, quem tem as melhores casas, quem cultiva os maiores produtos hortícolas, quem possui a biblioteca maior…
Nada é deixado ao acaso nesta sociedade onde tudo é medido quase ao milímetro. Aliás, já há muito tempo que não ouvia falar em papel milimétrico e até já me tinha esquecido que tal existia. Se bem me lembro, servia para fazer gráficos á mão. Ali era um valioso instrumento de trabalho.
Um livro muito interessante.
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