Foi em 1919 que Franz Kafka escreveu esta longa carta ao seu pai, Herman.
Ele queria casar mas o pai não aprovou o casamento por a amada do escritor ser de uma condição social inferior. Já enfermo, a recuperar de uma tuberculose que lhe iria tirar a vida, Kafka culpa a rigidez e o autoritarismo do seu pai para o seu insucesso na vida.
Se ele não é corajoso e tem algum medo de arriscar, á austera educação do seu pai o deve. Se fosse hoje, já estava a proteção de menores em casa do Senhor Herman para saber se os filhos levavam porrada ou, sobretudo, eram vítimas de violência psicológica, que era aqui mais o caso. O progenitor de Kafka diminuía-o aos olhos de todos, sempre o considerava fraco e foi com essa convicção que o escritor cresceu. Ele dá aqui um exemplo que elucida bem a ideia que ele, desde pequeno, tinha do seu pai. A certa altura ele recorda que, na piscina, ele via o pai enorme, com grandes músculos, uma estatura imponente, enquanto ele, Kafka filho, era pequeno e franzino.
Parece que Kafka não chegou a enviar a carta ao pai. Morreria cinco anos depois.
Esta carta foi encontrada mais tarde e foi incluída na obra literária do escritor.
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