Mais uma emocionante e inacreditável história passada na rua onde por vezes a convivência entre nós, felizes portadores de uma bengala branca e o povo cria estes inusitados acontecimentos.
Pensando que ajudam, muitas pessoas deixam-nos em situações que nem lembram a ninguém.
Se não tivesse, um dia destes, alguém tentado me enfiar á força pela porta da frente de um autocarro de onde tinha acabado de sair pela porta de trás, esta seria candidata a história mais incrível pela qual alguma vez passei neste contexto.
Vinha eu da minha faina quando estava um grupo de pessoas já de certa idade a bloquear a passagem para a rua onde devia cortar. Logo aquela gente parou quando me viu. Começaram a falar mais baixo, como se eu sofresse de sarna ou de lepra. Houve uma voz que se destacou do grupo e que me foi dizendo que não era por ali que eu tinha de cortar. Eu disse que sabia mas aquelas pessoas estavam a bloquear o caminho de uma rua que já é estreita.
Vagarosamente, eles arredaram-se e eu consegui passar. A mesma senhora resolveu fazer de GPS, como se soubesse para onde eu queria ir:
_sempre pelo meio, sempre por aí…
Eu lá fui seguindo até ter de cortar mais uma vez para a rua de minha casa. Então ela começou a gritar, como se eu estivesse prestes a cair no abismo:
_NÃO VÁS PARA AÍ, FILHA!
Tentando manter a compostura, pois numa situação dessas a pessoa fica sem saber o que dizer ou fazer, sempre fui dizendo:
_Mas eu tenho de cortar para aqui, pois é aqui que eu moro.
Jáia perto de minha casa quando ainda a ouvia dizer em alta voz que para ali não era o caminho.
Esta gente…
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