Comemorou-se na passada sexta-feira mais um dia internacional da Mulher.
Já aqui tive oportunidade de dizer que não ligo nada a esse dia. Compreendo o que desencadeou esta data mas logo se deturpou para se aproveitar para transtornar pessoas como eu que não gostam de flores ou de beijos. Nesse dia tenho um pouco de dificuldade de sair de casa.
Também é altura de se lerem livros como este sobre o Feminismo e como ele evoluiu ao longo dos tempos.
A luta das mulheres no século vinte não e a mesma de hoje. Se antes as mulheres lutavam pela igualdade de género, hoje assiste-se a uma nova luta pela igualdade e não discriminação racial, isto porque as mulheres negras e muçulmanas especialmente continuam a ser as que trabalham em condições mais precárias.
A autora deste livro mostra-nos como as questões femininas se estão a transformar em discussões raciais, a ponto de serem mesmo abraçadas pela Extrema Direita que se serve de alguns pressupostos para erguer as suas bandeiras.
Se a mulher ocidental já consegue hoje chegar a posições de topo, abdicando do recanto do lar, outras mulheres terão de cuidar dos seus filhos e da casa. Outras mulheres limparão o escritório onde se senta e até a cidade para que ela não se incomode com o lixo.
Hoje o Feminismo depressa se confunde com xenofobia ou islamofobia. Cria-se a ideia que são certas religiões que oprimem as mulheres mais do que outras, dando origem a conceitos deturpados.
Existe igualmente um Feminismo desmesurado que dá para tudo, até para denunciar comportamentos abusivos que podem não o ser. Se calhar hoje em dia, os homens terão mais dificuldade em se movimentarem porque surgem denúncias como cogumelos, dando a ideia de que o assédio e a agressão sexual atingem patamares alarmantes. Hoje simplesmente tudo é denunciado. Acontece o mesmo com a violência doméstica e de género.
Um livro para refletir nestas questões das conquistas femininas e até onde elas nos levam.
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