E um sonho recorrente e tem a ver com situações em que na
verdade me senti assim em relação a muitas coisas que acontecem na vida,
especialmente de quem não tem as mesmas oportunidades que o comum cidadão para
fazer o que gosta e que, de certa forma, pode dar um pouco de alegria e de cor
à extensa área cinzenta que é a vida.
A cor está muito presente neste sonho. Basta mencionar aqui
que ele se passa no Brasil onde se estava a disputar um torneio de Futebol
aberto à população. Por acaso isso existe. Já tenho ouvido falar que na
Argentina fazem algo semelhante a isto que eu estou aqui a narrar mas é num
pavilhão. Os jogos decorrem sem interrupções e os jogadores vão-se revezando.
Na Argentina, se não estou em erro, o jogo é o mesmo, apenas vão substituindo
os jogadores. Aqui não. Iria haver um enorme número de jogos num campo pelado
com um número quase ilimitado de equipas.
Distribuíam-se camisolas de Futebol de muitas cores e com
números para todos os gostos mas, para se lá chegar, havia que saltar um muro
ou uma vedação nada apropriada a quem tem problemas. Eu atalhei caminho e fui
por outro lado mas isso valeu-me dissabores.
Imaginem só que, por eu não ter ido pelo caminho mais
tortuoso, já não tinha direito a participar. Via os outros participantes
seguirem e serem organizados por equipas e eu ficava ali a assistir com a
cólera a apoderar-se do meu espírito. Já estava a ferver e não era por causa do
calor. Era por ver toda a gente a participar e eu, por uma coisa de nada,
ficava ali. Só se restassem vagas é que eu ainda podia ter esperança. Estava a
ser demais!
Nada melhor do que acordar para acabar com tudo isto. Antes
que eu batesse mesmo em alguém, que capaz disso estava eu.
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