De vez em quando lembro-me de cada coisa! Felizmente que
tive a ideia há uns tempos atrás de apontar as coisas absurdas que me surgem
assim do nada, dos cantos escondidos das minhas memórias.
Desta vez a ideia absurda nem surgiu assim do nada. Teve a
ver com um nome e o meu cérebro logo começou a trabalhar a duzentos à hora. Desenganem-se
aqueles que pensam que parei o que estava a fazer. Continuei a trabalhar mas
com um sorriso estampado na cara.
Esta história remonta ao oitavo ano. Tínhamos uma professora
de Físico-química que, se a memória não me falha, era daqui de Coimbra. Eu
devia ser a única pessoa da turma que gostava dela e não ia para as aulas fazer
trinta por uma linha. Então as aulas que aconteciam à quinta-feira às últimas
horas da tarde eram memoráveis. Lembro-me de uma vez em que, pelo horário de
Inverno, apagaram as luzes, ficando a sala às escuras enquanto a professora
escrevia no quadro. Por outra vez alguém sacou de um frasco de perfume, ficando
a sala à maneira de não se poder respirar. Coisas dos tempos de juventude! De
referir que antes dessa aula tínhamos Educação Física ou algo assim.
Bem, houve uma ocasião em que tivemos hora livre a outra
disciplina qualquer e, para matar o tempo, saquei do material de Educação
Visual e comecei a desenhar. Lembrei-me de desenhar a nossa professora. Nutria
uma certa simpatia por ela e não estou a ser irónica. Muita vez a defendi das
tropelias dos meus colegas.
Concluída que ficou a obra de arte, resolvi mostrá-la ao
resto da turma. Perguntei quem era que estava no desenho. E logo vai o meu
primo que era da minha turma em alta voz:
- “É A PROFESSORA DE FISICO-QUÍMICA!”
O resto da turma concordou que era e, nessa tarde,
resolveram apoderar-se do meu desenho e mostrá-lo à professora. Não me lembro
se ela gostou.
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