Como é um doutor que canta isto, por acaso as minhas
memórias com esta música têm a ver com a saúde…ou com a falta dela. Isto vai
partir tudo!
Era uma sexta-feira de Julho dos inícios dos anos noventa. Na
rádio tocava muito esta música, escusado será dizer.
Esse dia amanheceu algo conturbado lá em casa, pois a minha
mãe não se sentia bem. Terá comido umas sardinhas cozidas com batatas que não
lhe caíram bem. O meu pai deve ter ido trabalhar bem cedo e a minha irmã
tiritava na cama com dores num dente.
Eu levantei-me nessa manhã e fui preparar uns cerais com
chocolate. É graças a esse dia que eu não como ainda hoje cereais com
chocolate. Enjoei-os e ponto final.
Como a indisposição da minha mãe se agudizou e a dor de
dentes da minha irmã também não passava, as duas foram até ao hospital, enquanto
que eu fiquei em casa a ouvir rádio. Lembro-me que vestia uma camisola com
riscas azuis e brancas e umas calças de ganga. Fui-me deitar um pouco a dormir
mas, a certa altura, comecei a sentir frio, muito frio mesmo. Levantei-me e fui
vestir uma camisola vermelha e cinzenta de manga comprida. As coisas de que me
lembro!
Foi então que reparei que algo não estava bem. Não era
normal sentir tanto frio. Estávamos no Verão e, além disso, não me sentia bem.
A noite caiu e a minha mãe e a minha irmã regressaram do
hospital. Foi nessa altura que dei conta de que estava cheia de febre. Normalmente
costumava ter febre devido a inflamações de garganta ou gripe, nunca havia
sentido febre assim do nada e assim tão de repente.
Não sabia o que se estava a passar comigo. Não era normal
ter assim febre sem motivo aparente. E não era assim uma febre de nada. Devia
estar com a temperatura bastante elevada. Tentava comer alguma coisa mas não
conseguia. Sentia-me nauseada.
Estive assim aí uns três dias. A minha mãe continuava com o
seu problema gastro-intestinal que levava a que fosse o meu pai a tratar dos
animais, a minha irmã tomava medicação para um dente e eu ardia em febre na
cama, com a consciência a ir e a vir ao som da música que ia tocando na rádio.
Além dessas peripécias de saúde, tivemos conhecimento por
essa altura que a nossa grande amiga Cristina tinha sido acometida de
apendicite.
Três dias duraram estes constrangimentos lá em casa. Na
segunda-feira a minha mãe já se encontrava melhor e a minha febre, tal como
veio, desapareceu.
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