Wednesday, August 28, 2024

“Guerra” (impressões pessoais)

 

Um romance desconcertante com alguns laivos de erotismo de um escritor e médico francês. Tinha de ser, os mais ousados livros eróticos que conheço são de franceses. Vivem a atividade sexual de uma forma mais intensa do que os outros povos, digo eu.

 

Trata-se de um romance autobiográfico do autor que combateu na primeira guerra Mundial onde foi ferido em combate. Os ferimentos do autor e do personagem do seu livro não coincidem.

 

Resta saber o que é que mais não coincide porque a história que ele conta do hospital de campanha e completamente mirabolante, para não dizer outra coisa. Apetece-me dizer que ele devia estar a delirar e nem gravemente feridos os franceses deixam de lado a lascívia e a concupiscência. Já agora a luxúria.

 

É incrível a história que este indivíduo conta. Mas afinal ele foi para um hospital ou para um bordel? Enfermeiras que se envolvem sexualmente commoribundos e  até de mortos? Bem, se hoje há disso, naquela altura também já haveria e muitas vezes as mulheres adquiriam esse comportamento fruto de uma sexualidade reprimida. De referir que algumas mulheres que nessa altura serviam nos  hospitais tinham uma educação religiosa muito rígida. Eram jovens, cuidavam de homens muito jovens que se encontravam em batalha…não digo que isso não acontecesse.

 

Trata-se de um livro um  tanto ou quanto misógino. A mulher aqui é tratada como objeto, com alguma violência física ou mesmo sexual. Há que ver a época em que isto foi escrito. Se fosse hoje, o que não se dizia por essas redes sociais.

 

Por mais que nos escandalizemos, há que contextualizar. Estes homens estavam numa guerra, em combate, não tinham acesso a mulheres assim. De vez em quando havia prostitutas mas estavam sequiosos. Das mulheres que cuidavam em hospitais já falei acima…

 

Ficção confundindo-se com a realidade.

 

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