Wednesday, February 18, 2015

Nos trilhos com familiares paternos



De volta aos sonhos com trilhos, o que é mais estranho nisto tudo são as pessoas que me acompanhavam. São pessoas que não vejo há anos e nas quais nem sequer penso. Estou a falar de um tio meu, irmão do meu pai, e de um primo meu.

Neste sonho são eles que me acompanham em trilhos em muito mau estado. Já lá vamos porque não é assim que o sonho começa.

Tudo começa com uma prova de corrida com distância indeterminada que ia decorrer em Anadia e toda a gente podia participar. Eu esqueci-me de me inscrever nessa prova e depois lá participei à última hora mas devia ser a única que não envergava um casaco azul escuro de fato de treino que foi distribuído aos participantes que se inscreveram atempadamente.

O tempo estava nublado, ameaçava chover. Estávamos algures em plena Primavera mas o tempo estava fusco. Começou a corrida e eu estava-me a sentir cada vez melhor à medida que continuava a correr. A minha irmã também estava a participar mas ia à minha frente numa lentidão que metia dó. Eu estava a fazer o que na realidade sempre faço, nas caminhadas ou na corrida, começo sempre de trás para a frente. Quando a ia a ultrapassar, encontrei ali um obstáculo e queria-me adiantar. Estava-me a sentir mesmo bem naquele momento.

A corrida acabou. Não havia vencedores nem vencidos. Era por distância percorrida como há uns anos fiz no Estádio Municipal de Coimbra em que no final só era eu e Rosa Mota a correr debaixo de chuva torrencial. Aqui também estava a chover e o meu guarda-chuva tinha as varetas todas partidas. Ainda por cima, esqueci-me dele no recinto onde decorreu a corrida. Também não voltei atrás a recuperá-lo. Deixa-o lá ficar!

Foi então que apareceu esse meu tio. Eu nem sei se ele vive cá em Portugal neste momento. No meu sonho apareceu em Anadia e envergava uma camisola vermelha. Fazia-se acompanhar de um primo meu, esse sim vive cá em Portugal. Eles perguntaram-me como é que eu ia para casa. Estava a anoitecer ou então as nuvens estavam mesmo densas. Vou mais pela segunda hipótese.

Fomos os três a pé para casa. Chegámos a uma cortada que realmente existe e eles atalharam. Eu segui-os por um trilho de terra batida que parecia estar em boas condições à primeira vista. Depois a coisa complicou-se. Havia lama e água por todo o lado. Não dava para escolher onde colocar os pés. A progressão tinha de ser feita devagar para não escorregar.

Só saímos do trilho e voltámos à estrada junto à Igreja da Moita. Eu nem sabia que ali havia um trilho. Sei que há muitos por ali. Fiquei de os explorar há uns anos mas não tive oportunidade porque entretanto arranjei emprego.

Mais adiante, voltámos a atalhar por um trilho que estava ainda pior. Ali não era a lama que impedia que eu conseguisse acompanhar os meus familiares. Havia rochas enormes que se tinham de saltar. Não tinha ali bastão, obviamente. Tinha de ter cuidado. Eles ajudavam-me. A certa altura, estava também muito cansada e a minha preocupação era não perder o contacto visual com eles. Olhava sempre para ver se via a camisola vermelha com letras brancas nas costas do meu tio.

Fomos sair ao fundo da rua da minha terra. Encontrei novamente a minha irmã e disse-lhe que tinha encontrado o nosso tio. Ela teceu um comentário sobre a alegada magreza extrema dele e prosseguiu o seu caminho sem o ter cumprimentado. Olhava para o Ceu. O Sol escondia-se por entre as nuvens cada vez mais negras e ameaçadoras. Estávamos na Primavera e o tempo não melhorava.

Acordei ainda antes de o despertador tocar. Ultimamente tem sido assim.

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