Costuma-se dizer que a mentira tem perna curta e que é mais fácil apanhar um mentiroso do que um coxo.
A mentira, por mais sem importância e inofensiva que seja, pode ter resultados imprevisíveis e devastadores. Mesmo a omissão mais inocente de uma criança pode levar a desenvolvimentos pouco agradáveis.
Da austrália chega-nos este excelente livro muito bem escrito, de suspense, capaz de prender o leitor da primeira á última página. Ao contrário dos romances policiais convencionais em que a narrativa anda á volta de descobrir quem é o assassino, aqui sabe-se que aconteceu qualquer coisa numa festa de uma escola. Alguém morreu mas temos de esperar até ao fim do livro para saber o que realmente aconteceu. As conversas entre algumas personagens sem impacto na história vão tagarelando sobre o que aconteceu com as personagens principais naquela noite e vão deixando pistas, aguçando assim a curiosidade do leitor.
Esta obra aborda temas tão sensíveis como o bullying, as diferenças sociais, o preconceito e, sobretudo, a violência doméstica que é um flagelo transversal a todos os estratos sociais. Mesmo as famílias mais abastadas e instruídas, como é aqui o caso, deparam-se com este flagelo. Não adianta vir dizer que as crianças não se apercebem do que se passa. Muitas vezes estão escondidas a assistir e vão para a escola semear a violência que presenciam em casa. São situações muito complexas. Por mais que esta mulher negasse na rua que nada se passava e tentava encobrir, as coisas chegariam a um ponto sem retorno.
Até agora foi o melhor livro que li. Muito bom mesmo.
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