O escritor norueguês Jon Fosse foi o escolhido para ser galardoado com o prémio Nobel da Literatura deste ano.
Nunca tive oportunidade de ler algo deste autor que se destaca sobretudo no Teatro. Este é um dos seus romances.
Nesta obra ele convida o leitor a entrar na cabeça dos personagens que possuem algum tipo de distúrbio, especialmente Lars que é o personagem principal desta obra.
Ele é um talentoso pintor que tem tanto de génio como de louco, como se crê que sejam todos os artistas. Mas ele exagera. É completamente paranoico e disfuncional. Vive obcecado pela filha adolescente da sua senhoria e isso quase o leva á ruína. Terá sido mais um talento que se perdeu, pois mais tarde vamos encontrar a sua irmã mais velha já senil a relembrar este irmão que, incrivelmente chegou a velho e morreu num abrigo para pobres. Ele que vivia de cortar lenha para as pessoas.
Passou ao lado do estrelato, como acontece com muitos.
Pode parecer que a narrativa está um pouco repetitiva mas há que ter em conta que se trata de expressar os pensamentos obsessivos de uma mente alterada e delirante. Depois no final entramos na cabeça da irmã do Lars que sofre de alzheimer ou outro tipo de demência. Mesmo nas mentes saudáveis, os nossos pensamentos transcritos na íntegra para o papel também são assim. É nisto que reside a originalidade deste livro.
A julgar pela amostra e pela originalidade na escrita e nos temas abordados, está muito bem entregue o prémio Nobel da Literatura de 2023.
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