Era uma vez um
super-atleta português a quem a televisão deu pleno destaque num
belo final de tarde em que também havia Futebol.
Equipado com o verde
e o vermelho do nosso orgulho, o atleta lusitano tinha o objetivo de
fazer todas as provas possíveis dentro do Atletismo. Mesmo as que
não são consideradas provas oficiais nas competições. Para isso
tirou um dia inteiro. A proeza ia exigir muito dele mas ele sentia-se
preparado, focado, confiante, de cabeça levantada…
Nem o plano
alimentar foi descurado. É aqui que surge o insólito disto tudo,
não no facto de o atleta cumprir todas as provas num só dia.
Mas afinal o que
comia tão ilustre desportista vestido de licra vermelha e verde?
Nada de barras energéticas, nada de bebidas isotónicas, nada de
hidratos de carbono ou açúcares de rápida absorção. Nada de tudo
aquilo de que se devem alimentar os campeões.
Querem saber o que
ele comia? Estão bem sentados? Bem, este atleta alimentava-se...do
passado glorioso de outros, digamos assim. Por outras palavras, no
intervalo das provas, era-lhe dado a comer...papel de jornais
desportivos antigos, posters com alguns anos, postais ou cartas de
jogadores de Futebol de outras eras, cromos antigos depois de já
estarem descolados...Tudo isto o atleta luso engolia com aparente
facilidade, para espanto de quem o estava a seguir ininterruptamente
através da RTP 1. Como se a força dos atletas presentes nos papeis
que ia sugando passasse para os seus próprios músculos. A cada hora
que ia passando, o atleta aparentava mais vigor físico quando se
deveria sentir mais cansado. Realmente dava que pensar.
Acordei deste sonho
completamente louco mas com algum significado. Um sonho excelente
para narrar neste meu humilde espaço e, para já, forte candidato a
post do ano.
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