Tuesday, December 27, 2016

Explorando um prédio onde nunca tinha entrado

A noite estava fria e era de descoberta. Sim. Não sabia onde era o local onde me tinha de dirigir nessa fria noite de Dezembro.

Andava às voltas pela rua, tentando perceber em que porta deveria entrar. Decido ligar à minha amiga que devido a imprevistos não iria ali estar. Ela indicou-me que a entrada realmente era onde eu julgava que seria. Tinha de subir aquele degrau alto onde tantas vezes me sento à espera do autocarro para as caminhadas sempre que vai primeiro a São José.

Abri a porta. A escuridão lá dentro era como breu. Não se via ninguém. E agora? A minha amiga diz-me que tenho de subir até ao quarto andar mas não se vê nada. Mas onde são as escadas? Não se distingue nada, apenas a cor preta. Acho que nem os fantasmas quereriam estar ali.

Tateio as paredes. Encontro um interruptor e carrego-lhe até com mais força do que era suposto. A entrada iluminou-se e as escadas materializaram-se. Fui subindo.

Havia pessoas a descer enquanto eu subia. Estava tão embrenhada a contar os pisos que nem perguntei onde ficava a porta que procurava.

Cheguei onde eu julgava ser. Para cima havia um lanço de escadas mas somente a escuridão me esperava. Quando descia o lanço de escadas que subi em vão e que não ia dar a parte alguma...as luzes apagaram-se. O aposento mergulhou novamente na quase completa escuridão. E agora? O remédio foi descer de gatinhas. Os interruptores só existiam nos locais onde não havia degraus e não se mantinham as luzes acesas a tempo de eu descer as escadas. Eu desço muito devagar.

Resta dizer que nesse prédio havia elevador mas estava avariado. Que vida a minha! E agora? A minha amiga estava a tentar ligar a outra amiga nossa para vir ao meu encontro mas, naturalmente o telemóvel estava no silêncio.

Fui para onde estava antes de ter tido a ideia de subir mais um pouco para o vazio. Havia um amplo gabinete com as portas todas abertas e as luzes todas acesas. Era incrível! Bati e ninguém me respondeu. Então não me fiz rogada e entrei por ali adentro ao mesmo tempo que ia falando ao telemóvel com a minha amiga. Era estranho terem deixado as portas todas escancaradas e as luzes todas acesas. As pessoas que ali estavam foram as que desceram quando vinha a subir. Lá dentro havia imenso material de escritório, computadores, impressoras, fotocopiadoras...Abri mais duas portas já do lado de dentro. Uma era uma casa de banho e a outra era uma espécie de local de arrumações. Ao mesmo tempo ainda me estava a rir com a hipótese de ser apanhada ali dentro por quem quer que fosse. Se alguém deixou todas as portas abertas e as luzes acesas, é porque ia regressar dali a nada.

Resolvi descer para o andar de baixo. Escusado será dizer que o raças das luzes se apagaram quando ia a meio da descida. Que coisa! Ali havia três portas. Tinham coisas escritas mas não as pude ler. Não trazia óculos, os papeis estavam altos de mais para os meus olhos e...as luzes voltaram-se a apagar. Duas dessas portas tinham campainhas. Toquei mas nenhum som se ouviu. Notei que aquelas campainhas tinham demasiado pó. Aquele andar parecia estranhamente deserto. Em desespero, bati com força numa das portas. Esperei a todo o momento sair lá de dentro alguém irritado para me correr dali para fora. Já estava escuro novamente. Aquelas luzes tinham voltado a se apagar.

Não havendo sinal de vida naquele andar, voltei para cima, para onde eu tinha estado a explorar aquele gabinete com as portas escancaradas e todas as luzes acesas. Vinha a descer um rapaz

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