Este é um exercício
ótimo para se fazer, sobretudo quem como eu gosta de texto criativo.
Mas por que é que eu estou a falar nisto? Porque sonhei que o fazia.
Estávamos numa sala
ampla. Confesso que a luminosidade não era a ideal para a leitura
mas cada um tinha o seu livro, como acontecia nas aulas de Português
no sexto ano.
Não me recordo já
dos títulos das obras que não existem na realidade. Sei que no
final arrumávamos os livros ou alguém os vinha recolher. O meu era
de capa vermelha. Seria um policial ou um thriller, para não variar.
Outros leitores teriam obras também de acordo com o que mais
gostavam de ler. Coisas muito diferentes.
À medida que foram
recolhendo os livros, eu fui dando uma olhadela nos títulos e fui
inventando uma nova sinopse para um livro completamente diferente.
Invejava a minha capacidade de raciocínio, a minha imaginação para
em poucos segundos criar uma história, a minha criatividade tão
afiada naquele momento. Os títulos passavam e eu lá ia inventando
uma história completamente diferente. Quase todas as obras, mesmo
que não o fossem, tinham de ser livros em que o crime e o mistério
estivessem presentes depois de eu lhes ter dado uma nova roupagem.
Estava a adorar
mesmo aquilo. Quanto às outras pessoas, inicialmente não prestavam
atenção mas tiveram de se render face à minha insistência e ao
teor cada vez mais refinado das histórias que ia inventando. Estava
cada vez melhor.
Mas para que é que
o despertador tocou? Estava ali tão bem...
No comments:
Post a Comment