Esta
noite foi daquelas em que o disparate onírico esteve muito presente.
Tudo começa com a necessidade diária de apanhar o comboio...para a
Amadora (mais um local onde eu nunca estive).
Havia
comboios aí de dez em dez minutos. Aliás, se calhar aquilo era
mesmo o metro. Apanhando eu esse transporte, tinha automaticamente a
porta aberta para grandes embrulhadas.
Tudo
começa com um noticiário a abrir com a morte de ...Abel Xavier, que
por acaso se notabilizou primeiramente...no Estrela da Amadora. Mas
depois era outro Abel Xavier, não o que jogou no Benfica. Esse Abel
Xavier dos meus sonhos era um senhor baixinho, de pele muito clara e
já calvo. Era alguém que gostava de beber o seu copinho e
dedicava-se aos seus negócios que o levavam a viajar muito de avião
particular por esse Mundo fora. Ora numa dessas viagens, o Senhor
Abel Xavier (o dos meus sonhos) regressava já bem bebido de uma
viagem. O seu pequeno avião caiu ao Mar e, prestes a afogar-se, o
indivíduo recusou orgulhosa e arrogantemente qualquer tipo de ajuda.
Preferiu afogar-se. O momento foi filmado e o indivíduo tratou mesmo
muito mal os socorristas, largou-os e desapareceu no fundo do Mar.
Mas
que fazia eu então na Amadora? Nada. Absolutamente nada. Ia para uma
sala com outras pessoas desconhecidas fazer agenciamento de atletas
ou lá o que era. As nossas mesas estavam sempre pegajosas com as
mais variadas bebidas alcoólicas. Parece que todas as empresas de
bebidas espirituosas nos traziam os seus produtos para nós
provarmos. As folhas de papel estavam lindas mesmo e as canetas nem
escreviam.
Certa
tarde, a minha colega estava muito agitada e algo assustada porque
estava ali uma equipa inteira de jogadores vindos do Leste da Europa
que pareciam estar bem bebidos. Olhei pela janela. A barulheira que
faziam era incrível. Se entrassem, iriam partir tudo, as poucas
coisas que tínhamos ali. A minha colega referia-se a eles como sendo
muito feios mas eu achava que cada um era mais bonito que o outro. Eu
decidi-me a mandá-los entrar. Tinha um plano.
Havia
muitas garrafas pegajosas em cima da mesa onde eu estava. A minha
ideia era que aquela gente as despachasse dali. Se eles vinham causar
desordem, acabariam por ficar sossegados, como iriam ficar
sossegados.
O
grupo entrou. Vestia casacos de fato de treino vermelhos e calças
azuis. Eram todos bastante altos, como são a maioria dos povos dos
Balcãs. Parece que eles até eram búlgaros. Um ou dois começaram-me
a fazer olhinhos e eu logo meti em marcha o meu plano de lhes dar de
beber. Eles já tresandavam a álcool e eu ainda ia contribuir mais
para a bebedeira monumental deles. Ficariam certamente ali a dormir.
Ia-me embora e fechava-lhes a porta. Sou assim!
Estavam
eles a enfrascar e a entornar ainda mais as bebidas em cima daquela
mesa de tampo inicialmente branco que já era de mil cores por já
não estar muito limpa quando acordei.
No comments:
Post a Comment