Monday, November 07, 2016

Ir todos os dias de comboio para a Amadora é o começo de muita peripécia

Esta noite foi daquelas em que o disparate onírico esteve muito presente. Tudo começa com a necessidade diária de apanhar o comboio...para a Amadora (mais um local onde eu nunca estive).

Havia comboios aí de dez em dez minutos. Aliás, se calhar aquilo era mesmo o metro. Apanhando eu esse transporte, tinha automaticamente a porta aberta para grandes embrulhadas.

Tudo começa com um noticiário a abrir com a morte de ...Abel Xavier, que por acaso se notabilizou primeiramente...no Estrela da Amadora. Mas depois era outro Abel Xavier, não o que jogou no Benfica. Esse Abel Xavier dos meus sonhos era um senhor baixinho, de pele muito clara e já calvo. Era alguém que gostava de beber o seu copinho e dedicava-se aos seus negócios que o levavam a viajar muito de avião particular por esse Mundo fora. Ora numa dessas viagens, o Senhor Abel Xavier (o dos meus sonhos) regressava já bem bebido de uma viagem. O seu pequeno avião caiu ao Mar e, prestes a afogar-se, o indivíduo recusou orgulhosa e arrogantemente qualquer tipo de ajuda. Preferiu afogar-se. O momento foi filmado e o indivíduo tratou mesmo muito mal os socorristas, largou-os e desapareceu no fundo do Mar.

Mas que fazia eu então na Amadora? Nada. Absolutamente nada. Ia para uma sala com outras pessoas desconhecidas fazer agenciamento de atletas ou lá o que era. As nossas mesas estavam sempre pegajosas com as mais variadas bebidas alcoólicas. Parece que todas as empresas de bebidas espirituosas nos traziam os seus produtos para nós provarmos. As folhas de papel estavam lindas mesmo e as canetas nem escreviam.

Certa tarde, a minha colega estava muito agitada e algo assustada porque estava ali uma equipa inteira de jogadores vindos do Leste da Europa que pareciam estar bem bebidos. Olhei pela janela. A barulheira que faziam era incrível. Se entrassem, iriam partir tudo, as poucas coisas que tínhamos ali. A minha colega referia-se a eles como sendo muito feios mas eu achava que cada um era mais bonito que o outro. Eu decidi-me a mandá-los entrar. Tinha um plano.

Havia muitas garrafas pegajosas em cima da mesa onde eu estava. A minha ideia era que aquela gente as despachasse dali. Se eles vinham causar desordem, acabariam por ficar sossegados, como iriam ficar sossegados.

O grupo entrou. Vestia casacos de fato de treino vermelhos e calças azuis. Eram todos bastante altos, como são a maioria dos povos dos Balcãs. Parece que eles até eram búlgaros. Um ou dois começaram-me a fazer olhinhos e eu logo meti em marcha o meu plano de lhes dar de beber. Eles já tresandavam a álcool e eu ainda ia contribuir mais para a bebedeira monumental deles. Ficariam certamente ali a dormir. Ia-me embora e fechava-lhes a porta. Sou assim!

Estavam eles a enfrascar e a entornar ainda mais as bebidas em cima daquela mesa de tampo inicialmente branco que já era de mil cores por já não estar muito limpa quando acordei.

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