falar em vítimas
mortais e em equipa de Futebol brasileira na mesma frase. Mais à
frente, ouvi falar de autoridades colombianas e em sobreviventes.
Encaixando tudo isso, imediatamente percebi que estávamos perante um
desastre de avião.
Fiz um esforço por
me lembrar de onde conhecia o nome da equipa. Talvez alguns jogadores
brasileiros que tivessem passado pelo nosso campeonato fizessem parte
da equipa. Era isso mesmo. Marcelo Boek saiu do Sporting para essa
equipa mas não seguiu viagem para a Colômbia onde, pela primeira
vez na sua história, o clube brasileiro iria disputar a final da
Taça Sul-americana.
Também o treinador
da equipa era bem conhecido do nosso futebol- Caio Júnior. Lembro-me
dele sobretudo no Estrela da Amadora. Jogou noutros emblemas
nacionais mas é com as cores do Estrela da Amadora que a minha
memória o tem revisitado hoje, no dia em que tragicamente nos
deixou.
Foram mais de
setenta vidas que se perderam nas montanhas colombianas onde aquele
avião se despenhou. Ali se perdeu o sonho mais importante de toda
uma cidade, de um clube que ambicionava fazer história. Infelizmente
o Destino reservou um desfecho terrível para aqueles desportistas.
Mesmo quem não gosta de Futebol e quem nunca tinha ouvido falar
desta equipa não está indiferente ao que aconteceu.
Sabemos que estas
coisas acontecem. Felizmente acontecem raríssimas vezes mas, quando
acontecem, deixam um vazio imenso, uma revolta latente. Por que é
que a vida por vezes é tão cruel e trava de forma tão negra a
felicidade de alguém?
Uma palavra para a
equipa colombiana que o Chapecoense iria defrontar. Querem que a Taça
vá para o Brasil, para honrar a memória destes que hoje, de forma
tão trágica, perderam a vida quando irradiavam felicidade. É isso
que me revolta mais. Estes atletas estavam felizes, não mereciam
acabar assim.
Hoje não há cores
nem rivalidades, apenas um só emblema- o verde, preto e branco do
Chapecoense.
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