Noite de Inverno. Longa e fria. Estas temperaturas baixas que depressa fazem congelar as mãos só me fazem sentir bem debaixo das cobertas a ouvir música no escuro.
Deitei-me cedo, então. Não admira que a noite tenha sido repleta de sonhos em que se organizavam actividades lúdicas variadas para deficientes visuais na eira de minha casa e eu dançava um tango ou lá o que era com um desconhecido que tinham arranjado para dançar comigo. É que eu não tinha par.
O sonho que, porém, recordo com mais nitidez é um dos sonhos típicos que tenho já desde criança- um daqueles sonhos com ambulâncias. Estava deitada na minha cama, na minha terra. Era madrugada e os estores estavam corridos até metade. Mesmo assim, reparei que o carro que estava prestes a parar junto de minha casa era uma ambulância.
Em pânico, corri para fora e fui ver o que se estava a passar. Os meus pais dormiam profundamente no seu quarto como se de nada se tivessem apercebido. Eu chamei-os e perguntei:
- “Está tudo bem?”
A minha mãe estranhou esta pergunta a uma hora tão tardia. Na rua a ambulância arrancava de ao pé da minha porta.
Acordei sobressaltada. Ainda faltava imenso para o despertador tocar, apesar de não me ter dado ao trabalho de ir ver as horas.
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