Dizem que as Artes se complementam.
Este romance de saramago, passado ás portas do 25 de Abril, conta a história de um pintor que resolve também começar a escrever e descobre que através da escrita consegue ainda comunicar mais do que através da pintura.
Bem ao seu jeito, Saramago conta-nos as tropelias deste pintor, a quem encomendam retratos. Isso é pretexto para ele começar a dissertar e a refletir sobre as relações humanas e sobre a sua própria vida.
este livro também deu para eu própria refletir na incapacidade de agora, na
minha condição de não ver para pintar ou desenhar, me socorrer da escrita para
pintar o que me rodeia. Posso descrever uma paisagem ou uma fotografia quando
antes ainda desenhava e sempre gostei também de desenhar, não tanto quanto
gosto de escrever, mas era algo do meu agrado.
A escrita e a pintura não são assim tão diferentes. Ambas fornecem o ponto de vista de quem escreveu ou pintou. Talvez a vantagem da escrita seja a maior capacidade de quem lê criar imagem a partir do que está a ser descrito, algo que não acontece tanto ao olhar para um quadro ou desenho.
Não foi um dos melhores livros de Saramago que li mas até gostei desta reflexão sobre a Arte e a vida.
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