Acidentes. Esse tem
sido, invariavelmente, o tema dos meus pesadelos. Deixei de sonhar
com gatos atropelados e passei cada vez mais a sonhar com cenários
de caos e de morte na via pública.
Normalmente esses
sonhos começam com notícias que vejo na televisão ou ouço na
rádio. Depois, num golpe de hedionda magia, vou lá parar.
Desta vez, ouvia a
M80, como acontece todas as manhãs. Davam informações de trânsito
e, por volta das oito da manhã, deram conta de um grave acidente na
Estação Velha de Coimbra. Dois maquinistas foram colhidos por um
comboio que os reduziu a quase nada. Um deles chamava-se Pedro Alves.
Por acaso conheço um Pedro Alves mas não é maquinista.
À medida que o
tempo foi passando, a versão passou a ser outra. Eles não tinham
morrido. Se o comboio os colheu, como foi possível sobreviver? Até
apelavam a que se doasse sangue para os salvar.
Afinal só tinha
morrido um- o tal do Pedro Alves. Não me lembro do nome do outro.
Esqueci-me logo quando acordei.
Por volta da uma da
tarde, passei pelo local do acidente. Estava tudo já limpo mas havia
água por todo o lado. Ora se eu não tinha de ir fazer uma visita a
mais um local de tragédia onírica, como sempre tem vindo a
acontecer!
Eu ia dizendo a quem
me queria ouvir o que eu digo na vida real. Que morro de medo de
atravessar aquelas linhas. Agora esse acidente veio dar-me razão. Se
fizessem obras, isto não acontecia.
Mais uma vez, este
sonho teve a ver com notícias e conjeturas que fiz sobre comboios.
Li e ouvi que um Alfa Pendular ficou em São Bento por ter uma avaria
grave que poderia ter dado origem a uma enorme tragédia. Já não
seguiu para Braga. Os maquinistas resolveram ficar mesmo pelo Porto.
Ora esse comboio poderia ter ficado...na Estação Velha.
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