Sendo uma pessoa
extremamente interessada no que se passa no futebol português e
mundial, nunca cheguei a entender a necessidade de o mercado de
jogadores estar aberto até ao dia 31 de agosto.
Mas as equipas não
tiveram o defeso inteiro para construir os seus plantéis. A época
desportiva passada terminou a 20 de maio, vejam bem. Quase três
meses depois, começa uma nova época e ainda é necessário
esperar-se pelo último dia do mês de agosto para se darem os
últimos retoques na construção do plantel.
Já tenho ouvido ao
longo das épocas treinadores que reclamam de, iniciado o campeonato,
não saberem com que jogadores contarem. Isto para além de os
atletas não estarem focados na competição. Nestas primeiras
jornadas.
Ano após ano, vemos
sempre as mesmas queixas. Treinadores que não sabem o que fazer,
pois podem perder os melhores jogadores. Jogadores que reclamam
contratos melhores e por isso, não muitas vezes, fazem figura de
corpo presente nos jogos nas primeiras jornadas ou são mesmo
afastados dos treinos como aconteceu com o Marega. Já vi estes
afastamentos de jogadores custarem títulos.
Eu penso que esta
situação deveria ser regulada pelas instâncias internacionais.
Pela UEFA, por exemplo. É que o mercado fecha já depois de serem
conhecidos os sorteios para as competições europeias e as equipas
com mais poderio financeiro podem jogar as suas últimas cartadas
depois de conhecerem com que contam nas competições europeias. Vão
buscar os melhores jogadores de equipas com menor expressão e
desfalcam os seus plantéis. Isto contribui para que se cave ainda um
fosso maior entre os clubes mais poderosos do Velho Continente e os
clubes mais modestos, onde se incluem as coletividades do nosso burgo
futebolístico que, ao longo dos anos, já ficaram sem jogadores nas
últimas horas do mercado, sem tempo para pensar sequer em
alternativas. Lá se contentaram em arranjar as alternativas em casa,
umas vezes com mais sucesso do que outras.
Este ano já se
inovou em alguns países. Itália e Inglaterra fecharam o mercado de
transferências antes de começarem as suas ligas. Em Inglaterra
apenas o mercado ficou aberto para empréstimos. Embora seja já uma
abertura para a mudança, acho que a decisão sobre a data do fecho
dos mercados de transferências devia ser regulada
internacionalmente. Podem dizer que em diferentes partes do Mundo
existem datas competitivas diferentes mas na Europa não haverão
grandes diferenças.
Eu penso que fechar
o mercado de jogadores a 31 de julho já seria razoável para evitar
que se jogassem as primeiras jornadas dos campeonatos com os
jogadores ainda sem saber se ficam ou se vão para bem longe, com
todas as preocupações e afazeres que as mudanças para outros
países acarretam.
Vamos ver o que
acontece para a próxima época. Para já, em alguns países já se
deu o sinal de mudança. Veremos o que acontece por cá onde, bem à
maneira lusitana, o 31 de agosto é sempre dia de grande azáfama de
inscrição de jogadores porque sempre deixamos tudo para a última.
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