Não deixo de sorrir
sempre que ouço esta música. A razão passo-a a narrar a seguir. É
uma história deliciosa.
Sempre tivemos a
rádio como companhia desde tenra idade. Ao virmos da escola, com a
lareira já à nossa espera, estava o velho rádio (que ainda hoje
toca) com músicas sempre prontas para ouvirmos.
Depois, um pouco
mais tarde, nós próprias escolhíamos as rádios que ouvíamos e
quase sempre ouvíamos a Emissora Voz da Bairrada que estava situada
em Oliveira do Bairro. Muitas vezes passava esta música já bastante
antiga de Gal Costa que nós, na nossa tenra idade, julgávamos que
tinha saído ontem mesmo.
E o que fazíamos
nós sempre que passava esta canção na rádio? Cantávamos a plenos
pulmões e em coro. Eu e a minha irmã somos muito diferentes.
Diferentes demais até. Quanto a cantar este tema, estávamos de
acordo e, sem combinarmos, lá íamos enchendo o quarto cantando a
duas vozes quase perfeitas em sintonia.
Algumas vezes
exagerávamos no dramatismo da música e desatávamos a rir. Quando a
música acabava, ainda a cantávamos. Ainda hoje, ao escrever isto,
recordo as nossas vozes infantis por cima da música original, com
algum riso à mistura, tudo porque alguma de nós dava algum ênfase
a alguma frase da letra.
Belos tempos, esses!
No comments:
Post a Comment