Estamos em Setembro.
Os dias continuam quentes, convidando a andar ate mais tarde pela rua
depois do trabalho. Mas não é por isso que hoje resgatei esta
música das profundezas das minhas memórias. Inexplicavelmente,
acordei com esta música na cabeça e ela não me largou durante todo
o dia.
Não raras vezes dei
por mim a trautear esta canção e a tentar lembrar-me de algumas
partes da letra. Na verdade, já não ouço isto há algum tempo.
Esta música
lembra-me os tempos das rádios locais, dos discos pedidos por
escrito ou por telefone, com as suas dedicatórias românticas,
extensas e por vezes loucas.
José Alberto Reis
apareceu nessa altura, tinha eu uns nove ou dez anos. Começou, desde
logo, a ser solicitado nos programas de discos pedidos, especialmente
por namorados, dada a sua vertente romântica. Esta era uma das suas
músicas de eleição.
Naquela alturra eu
não gostava de música portuguesa, apesar de não conhecer outra
língua, ao contrário do que acontece hoje. Normalmente eu costumava
mudar o rádio de estação para ver se apanhava outras músicas que
dominavam os tops, de preferência, mais ritmadas. Como a minha avó
adorava música e gostava de ouvir os discos pedidos, fazia um
esforço por deixar o rádio onde estava. Então conhecia estas
músicas todas, gostasse ou não gostasse.
Hoje está-me a
saber bem ouvir isto. É incrível como amadurecemos e vamos ficando
mais nostálgicos, mais sentimentais, sei lá.
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