Tuesday, December 29, 2015

Valentim no MEO Arena



Por estas alturas, a conceituada casa de espectáculos portuguesa estará já repleta de concertos e outros eventos, não havendo lugar para um Valentim qualquer espalhar o seu charme. Para dizer a verdade, nem é ele o protagonista principal deste meu sonho. Houve alguém que deu espectáculo…e não foi dos mais agradáveis.

Mais uma vez, na sala de concertos estavam amigos meus de várias proveniências, desde caminheiros, até malta da ACAPO. Todos estavam ali, com maior ou menor histeria, para assistir ao concerto do cantor romântico do momento- Valentim. Terá sido mesmo Tony Carreira a lançar mais esta voz da música nacional que agora fazia toda a gente suspirar, especialmente as mulheres com um tipo de romantismo típico das grandes vozes da América Latina.

O ambiente na sala estava tão quente, que muitas pessoas se puseram mais à vontade. Já se tinha comido muito, bebido ainda melhor e o elam que o cantor transmitia convidava a toda a gente se abrir para ele, digamos assim. Aquilo já parecia mesmo um bacanal, imagine-se. Eu já andava nua da cintura para cima, imagine-se também. Que espectáculo!

Houve um amigo nosso que, apesar de as músicas não serem muito ritmadas, andou por lá a pular que nem um doido. Já tinha bebido bastante. A certa altura, sentou-se junto à mesa, apoiou os cotovelos nos joelhos e baixou a cabeça num claro sinal de que não se estava a sentir bem.

Houve mais gente a aperceber-se de que algo não estava bem com ele. Logo acorreram pessoas para lhe prestar socorro. Por essa altura, já ele se tinha deitado mesmo no banco de madeira. Eram cada vez mais as pessoas que entretanto iam ver o que se estava a passar. Na sala havia muita gente.

Foi então que ele vomitou violentamente. Jorros de vinho tinto saíam da sua boca. As pessoas corriam para a rua. Eu também corri, esquecendo-me que estava quase nua. Ainda tentei apanhar a minha camisola parra vestir mas já me deviam ter visto.

Entretanto tinham chamado a ambulância para o levar ao hospital mas ele recusou. Ergueu-se de onde estava e, ainda a cambalear, retomou a dança louca que aquelas músicas românticas não pediam.

O despertador tocou. Já eram horas de acordar e deixar a loucura para outras ocasiões.

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