Por estas alturas, a conceituada casa de espectáculos
portuguesa estará já repleta de concertos e outros eventos, não havendo lugar
para um Valentim qualquer espalhar o seu charme. Para dizer a verdade, nem é
ele o protagonista principal deste meu sonho. Houve alguém que deu
espectáculo…e não foi dos mais agradáveis.
Mais uma vez, na sala de concertos estavam amigos meus de
várias proveniências, desde caminheiros, até malta da ACAPO. Todos estavam ali,
com maior ou menor histeria, para assistir ao concerto do cantor romântico do
momento- Valentim. Terá sido mesmo Tony Carreira a lançar mais esta voz da
música nacional que agora fazia toda a gente suspirar, especialmente as
mulheres com um tipo de romantismo típico das grandes vozes da América Latina.
O ambiente na sala estava tão quente, que muitas pessoas se
puseram mais à vontade. Já se tinha comido muito, bebido ainda melhor e o elam
que o cantor transmitia convidava a toda a gente se abrir para ele, digamos
assim. Aquilo já parecia mesmo um bacanal, imagine-se. Eu já andava nua da
cintura para cima, imagine-se também. Que espectáculo!
Houve um amigo nosso que, apesar de as músicas não serem
muito ritmadas, andou por lá a pular que nem um doido. Já tinha bebido
bastante. A certa altura, sentou-se junto à mesa, apoiou os cotovelos nos
joelhos e baixou a cabeça num claro sinal de que não se estava a sentir bem.
Houve mais gente a aperceber-se de que algo não estava bem
com ele. Logo acorreram pessoas para lhe prestar socorro. Por essa altura, já
ele se tinha deitado mesmo no banco de madeira. Eram cada vez mais as pessoas
que entretanto iam ver o que se estava a passar. Na sala havia muita gente.
Foi então que ele vomitou violentamente. Jorros de vinho
tinto saíam da sua boca. As pessoas corriam para a rua. Eu também corri,
esquecendo-me que estava quase nua. Ainda tentei apanhar a minha camisola parra
vestir mas já me deviam ter visto.
Entretanto tinham chamado a ambulância para o levar ao
hospital mas ele recusou. Ergueu-se de onde estava e, ainda a cambalear,
retomou a dança louca que aquelas músicas românticas não pediam.
O despertador tocou. Já eram horas de acordar e deixar a
loucura para outras ocasiões.
No comments:
Post a Comment