Aproveitando o feriado, tinha tirado também o dia de
segunda-feira para passar algum tempo com a família. Já há muito que não ia lá
a casa.
Não imaginava era que a família estivesse toda reunida pelos
piores motivos- a morte da nossa tia- irmã da minha avó e única ainda viva até
ao passado Domingo, dia em que partiu tranquilamente deste mundo com perto de
noventa anos.
Sabemos que a vida é assim. Que um dia nascemos, vivemos a
nossa vida, envelhecemos e morremos. Assim aconteceu com a nossa tia que tanto
estimávamos.
Há uns dias atrás tinha escrito num
post a que dei o nome de “Questões do corpo e do espírito”:
“Depois vinha com a minha mãe de Anadia para a Moita. Era já final de tarde,
presumo que vínhamos do funeral. O trânsito estava de loucos e vínhamos com
medo da estrada, de levar com um carro em cima. Veículos de grande porte
avançavam, loucamente pelo asfalto, com os faróis ligados no máximo,
encandeando-nos, apesar de ainda não estar escuro.”
Devido ao facto de, na altura estar a atravessar uma fase difícil, nem me
apercebi do simbolismo deste sonho. Também não havia como saber, até ele se
realizar. É mesmo daqueles que não queremos que se torne realidade mas aconteceu
infelizmente. Neste excerto nós vínhamos do funeral…da minha avó, irmã da minha
tia precisamente. No sonho estávamos a ir para casa, na realidade, íamos para a
igreja, para o funeral da nossa tia e a cena era tal e qual a do sonho. Ia eu
na frente, a seguir o meu pai, logo depois a minha mãe e uma prima minha. O Céu
estava cinzento carregado e o trânsito, a certa altura, era intenso. Os carros
cruzavam-se uns com os outros na estrada com os faróis ligados quase no máximo,
como vi no sonho.
“Para
fugirmos a uma situação de possível atropelamento, apanhámos boleia de uma
enorme camioneta. Nem assim houve sossego. A todo o momento, o motorista tinha
de guinar para um lado ou para o outro, esquivando-se a um ou outro veículo.
Muitas vezes tinha de travar bruscamente. O medo de ter um acidente não
diminuiu.”
Depois das
cerimónias fúnebres, fomos com um primo nosso até casa dele. A certa altura, o
nosso primo teve de travar a fundo por causa de um condutor descuidado. Todo o
cuidado na estrada era pouco.
Se na altura
não tivesse tantas preocupações, teria ficado preocupada a sério com este sonho
que me passou completamente despercebido e que estava carregado de simbolismo e
premonição.
Fica o
registo.
”
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