Mais uma noite épica!
Desta vez nem me apercebi de ter adormecido. De repente,
senti que flutuava no meu quarto. A pouca claridade que vinha da rua apesar das
janelas de madeira fechadas fazia com que me apercebesse que vinha aí algo
memorável. uma daquelas noites para transcrever e guardar para a posteridade.
Então, como sempre acontece nestes episódios de paralisia do
sono, comecei a dar largas á minha imaginação. Se andava a flutuar pelo quarto
parcamente iluminado, poderia experimentar passar a porta. Mal eu tinha tais
pensamentos, já transpunha a porta fechada de madeira. Via mesmo a fechadura
com a minha carteira lá pendurada.
O próximo passo foi subir as escadas de madeira. Poucas
foram as vezes em que fui até lá acima. Agora ninguém me apanha a subir essas
escadas…a não ser que me encontre fora do meu corpo físico, como era o caso,.
Havia pouca claridade nas escadas. Também não podia contar
com as luzes acesas. Para mim não eram necessárias! Apesar de eu não ver quando
estou em vigília, ali conseguia ter uma perceção nítida das coisas. Fora do
corpo físico que tinha ficado na cama a dormir sem fazer um movimento,,
conseguia ver com uma nitidez que nunca tive. Não sei explicar o que se sente
num estado destes mas é fantástico!
Depois não me lembro para onde fui. Penso que não me afastei
muito da porta do meu prédio. Encontrei outras pessoas. A maioria delas já eram
de uma certa idade. Outros espíritos a vaguear na noite. Quando lhes tocava,
sentia uma espécie de energia percorrendo-me. Também não a sei descrever.
Cheguei junto de um senhor forte de cabelos brancos. Trazia
umas calças claras e uma camisola de um vermelho escuro. Falei-lhe ao ouvido e
fiquei espantada como a minha voz soava distorcida. Repeti a mesma frase ao
ouvido da criatura, cada vez mais alto. Não me consigo lembrar do que lhe
disse. Foi nesse momento que regressei ao meu corpo. Tive grande dificuldade
para me voltar a mexer.
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