Friday, September 22, 2017

“O Céu Aqui Tão Perto” (impressões pessoais)

A vida depois da morte sempre foi um tema que me fascinou e cada vez mais me fascina. Quanto mais leio sobre o assunto, mais apaixonada fico por esta temática.

Esta obra tem a particularidade de ser escrita por uma empresária- à partida alguém que lida mais com o concreto, números, resultados, produtividade...Para essas pessoas, o abstrato e o espiritual não fazem parte do seu quotidiano. Essa é a convicção que eu tenho mas penso que as consciências se começam a abrir e acredita-se que uma boa vida espiritual será meio caminho andado para o sucesso no mundo dos negócios.

Eu começo a pensar: como reagiriam as pessoas se eu ou alguém mais virado para estas coisas propusesse, por exemplo, uma sessão de Reiki semanal para os colaboradores? Se calhar até reagiriam bem. Já há Shiatsu. Por que não Reiki um dia destes?

Estou a dizer isto porque Deborah Heneghan também é mestre de Reiki- daí ter uma bagagem e uma abertura espiritual muito acima da média. Conseguiu-a depois de ter perdido a irmã mais nova vítima de leucemia. A partir daí, encarou a morte com outros olhos e começou a ajudar pessoas, especialmente as que perderam entes queridos em circunstâncias dramáticas.

Encarar a morte como um acontecimento de transição e não como o fim de tudo ajuda as pessoas a compreender e a aceitar a perda para este mundo de alguém que ama. As histórias e testemunhos de pessoas que experimentaram acontecimentos que provam que as pessoas que perdemos estão lá algures e ouvem-nos a cada momento não param de crescer. Muitas dessas histórias são narradas até por gente muito bem formada, que à partida, deveria mostrar algum ceticismo face a assuntos de índole espiritual e do subconsciente. Sim, falei no subconsciente porque quando sonhamos estamos mais próximo do mundo onde se encontram os espíritos. Muitas mensagens importantes serão transmitidas através dos sonhos.

Uma das histórias que me impressionou foi precisamente alguém que sonhou que estava na casa onde a sua avó morou, de paredes coloridas, mas a casa com que estava a sonhar tinha as paredes completamente brancas. O único colorido da cozinha da avó era o vermelho do sangue que salpicava tudo. A avó disse à neta para ir para a divisão seguinte e ela ali encontrou a sua colega de trabalho com uma faca espetada pelo seu chefe. A colega andava a arranjar-lhe problemas no local de trabalho e ela despediu-se após ter tido esse sonho. Encontro aqui algumas semelhanças com um sonho que tive escassos dias antes de mudar para o meu atual trabalho. Nesse dia, impressionada com esse sonho, fui ver o seu significado. Dizem os populares que sonhar com muito sangue significa morte mas não é realmente assim. Apesar de toda a gente se assustar e entrar por vezes em pânico quando sonha com sangue, esse sonho pode significar...grandes mudanças na vida das pessoas que o sonham. Foi na verdade o que aconteceu com o meu sonho. Ainda hoje não deixo de pensar nisso. Podem encontrá-lo narrado aqui neste blog. Tem o título “Estrada de sangue”

Quando se fala de vida depois da morte, inevitavelmente se fala em reencarnação e vem também à baila se os animais possuem ou não espírito. Eu acredito que sim. A prova é eles serem todos diferentes uns dos outros em termos de personalidade e de feitio. Lembro-me de uma situação que ainda hoje me intriga: há uns anos, acharam cinco gatinhos num pinhal. A minha mãe levou-os para casa. Quando eu cheguei de fim de semana e os contemplei pela primeira vez, fugiu cada um para seu lado, apesar do seu debilitado estado de nutrição. Estava a contemplá-los a fugirem de mim quando senti alguma coisa agarrar-se às minhas pernas. Afinal não tinham fugido todos. Houve uma que deliberadamente veio ter comigo. Era preta e branca, tal como dois dos seus irmãos. Eu peguei-lhe e tomei nota de marcas que a distinguissem dos outros gatos pretos e brancos. Não era preciso. Ela vinha sempre ter comigo. A razão desconheço ainda hoje passados mais de dez anos.

Era grande a ligação que tinha com essa gata. O medo de a perder fazia-me sentir desconfortável mas esse dia chegou quase dois anos depois quando um carro a atropelou. Ainda hoje olho para fotos dela- tenho um álbum só para ela até no meu Facebook. Talvez houvesse na forma como ela me abordou um significado, talvez ela me tenha reconhecido mas eu não consegui reconhecê-la a ela. Talvez a ligação viesse muito de trás. Lembro-me também da ligação especial que tinha com um cão de caça que por lá apareceu assim vindo do nada à porta dos meus pais. Era o Didi. Também morreu atropelado. Normalmente eu gosto mais de gatos do que de cães mas aquele cão era diferente. Por isso lutei tanto por ele quando um dia alguém o apanhou da minha porta e o prendeu em sua casa. Lembro-me quando a minha mãe me chamou e me disse que o tinham matado lá na minha aldeia. Não me lembro de ter chorado por mais animais nenhuns a não ser por estes dois. Também tenho uma ligação forte com a Feijoa, mas já não tenho uma ligação tão forte com a Adie. Essa ligação com a Feijoa consolidou-se quando eu atravessei aquele problema difícil das operações aos olhos. Ela e o irmão eram os meus companheiros nessa altura. Eram o meu refúgio.

Outra história bem curiosa que me prendeu a atenção vem de uma senhora que diz que faz perguntas ao marido que faleceu através da escrita. Ela escreve uma pergunta com a mão com que habitualmente escreve e depois, com a outra mão, de forma automática e quase inconsciente, responde às próprias perguntas que fez. Eu já tinha ouvido falar nisso antes mas com uma variável- a escrita automática e compulsiva é criada enquanto a pessoa se encontra em estado meditativo. Inclusive, sei de uma história de uma menina portuguesa que, aí com os seus quatro ou cinco anos- ainda não sabia ler nem escrever- escrevia cartas de amor e outros textos com uma elevada carga dramática. Parecia que ela tinha vivido ou estava a viver aqueles acontecimentos que transcrevia para um papel em branco. A avó dessa menina ficava boquiaberta ao ler o que a neta escrevia de forma compulsiva.

Depois há aqueles acontecimentos a que não damos importância mas não é por acaso que ocorrem. Eu penso até que estou agora, nestes últimos dias, a passar por uma situação dessas. Depois há tempo para falar sobre isso aqui.

Este texto já vai longo, como sempre acontece quando me ponho a abordar estes temas. Fica uma ideia do que se pode encontrar nesta obra.


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