Ao longo destes
últimos dias, muito se tem falado de Tony Carreira depois de ter
sido acusado pelo Ministério Público de plagiar autores
estrangeiros. As redes sociais caíram-lhe em cima e logo o cantor da
Pampilhosa da Serra começou a ser o alvo das anedotas e dos famosos
“memes”.
Como não podia
deixar de ser, deifico esta minha rubrica a este cantor português e
a uma canção menos conhecida que eu insisto em dar a conhecer ao
Mundo. É essa a minha sina e já vão ver o que é que eu fiz ainda
no passado Sábado num local onde eu nunca tinha estado antes.
Quanto à história
que me traz aqui (depois conto a outra), ela passa-se no Verão de
1995. Na altura Tony Carreira não tinha o prestígio que começou a
ter até há uns dias atrás. Nesse Verão, dois temas musicais
dominavam as preferências dos Portugueses- “O Bicho” de Iran
Costa e “Pimba” do Emanuel. Qualquer programa de discos pedidos
obrigatoriamente tinha de ter essas músicas preparadas para passar
assim que o primeiro ouvinte as pedisse.
Mas a nossa rádio-
a Rádio Província de Anadia- não tinha nenhuma dessas músicas.
Aliás, tinha mesmo muito pouca música dessa que a partir desse
Verão se passou a chamar “música pimba”, dessa que os
portugueses gostam, sobretudo os emigrantes quando estão de férias
na sua terrinha. Os CD’s desse tipo de música estavam todos juntos
numa caixa...ou numa rima em cima da mesa- lembro-me bem, mas esse
monte tinha quê, dez CD’s? Um deles era do Tony Carreira- então
quase desconhecido. Eu estava lá dentro a ajudar a minha amiga
Cristina na árdua tarefa de satisfazer os ouvintes que,
inevitavelmente pediam bichos, pimbas e outras músicas do género
que nós não tínhamos lá para passar. A certa altura, as pessoas
já iam aí no décimo tema que se lembraram de pedir e que nós não
tínhamos e então, já a bufar de paciência perdida, pediam uma
música à nossa escolha. A Cristina muitas vezes me pediu para
escolher a música. Então do que é que a Nicinha se lembrou um dia,
de escolher esta música. E pegou.
No dia seguinte, lá
vinha um ouvinte farto de pedir músicas que não tínhamos pedir que
escolhêssemos a música, lá ia o tema “Depois Da Primavera” do
Tony Carreira. Se a memória não me falha, esse tema estava num dos
primeiros álbuns do cantor. Acho que estava no mesmo onde se
encontrava “A Minha Guitarra” que é uma música que todos
conhecem e que, por acaso, passou a ter sucesso mais tarde. Este tema
“Depois Da Primavera” era aí a faixa cinco do CD e não me
lembro como a descobri.
Posso afirmar que
essa música não passava em mais nenhum programa de discos pedidos a
nível nacional, a não ser no nosso. Os outros tinham aquelas duas
canções que se sabe para passarem. Lá vem a velha máxima “quem
não tem cão, caça com gato”.
Um dia ainda fizemos
melhor. A certa altura, ninguém estava a participar nos discos
pedidos. Então fazíamos ali algumas artimanhas. Uma delas foi eu
estar dentro do estúdio, a minha amiga estar a fazer a emissão e
eu, do outro lado da mesa, com o outro microfone, pedir uma música.
E nem podia ser outra…
Depois tenho ideia
de que as pessoas começaram-na a pedir. Já não era preciso eu ter
o CD na forja para logo a passar. Houve um amigo nosso uma vez-
também dentro do estúdio- que também pediu a música para ele
próprio que fazia anos. Também ia lá para dentro e também
aprendeu comigo.
Sinceramente, acho
que o Tony Carreira me deve uns euritos (na altura eram escudos) por
ter divulgado esta música em Anadia e arredores. Mas não me fiquei
por aqui…
16 de Setembro de
2017- Bogueira- Lousã- mesa ao ar livre junto ao rio. Falava-se de
Tony Carreira e das piadas que andavam a circular nas redes sociais
sobre ele. Eu anunciei que ia fazer um post sobre esta música para
estar dentro da atualidade. A minha amiga, naturalmente, não
conhecia esta música e eu,como tinha preparado o vídeo no Youtube
para estar para cima, resolvi mostrar-lhe. Mas tenho o Youtube
desativado dos dados móveis e não dava para passar. Só com Wifi.
Vi que havia Wifi no pequeno bar e havia uma televisão Samsung.
Então a Nicinha, depois de ligar o Wifi, já podia mostrar a música
à Manuela. Só que...tinha lá uma opção para reproduzir o
vídeo...na Samsung e não no telemóvel. Simplesmente carreguei
naquela seta de reproduzir o vídeo. Então fiquei boquiaberta quando
ouvi ao longe mas em alto som os primeiros acordes desta música que
me é tão familiar. Nem queria acreditar na tremenda barraca que
dei. E se o vídeo era de outra índole? Por acaso era uma música. E
se não era? Mais uma vez, sem querer, voltei a colocar aquela música
para um grande número de pessoas ouvir. Quando o senhor do bar
trouxe a minha sandes, pedi desculpas por ter enviado o vídeo de
música para a televisão do bar. Que barracada!
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