Ao se sonhar,
automaticamente já se viaja e não há maior viagem do que a do
nosso subconsciente. Por vezes até podemos viajar no tempo. Também
acontece as viagens perspetivarem algo muito estranho e confuso que
nos deixa a pensar bastante quando acordamos.
No meu sonho, a
viagem era longa e prometia transformar-me completamente. Melhor
ainda, podia correr o risco de nunca mais voltar ou nunca mais ser a
mesma. Não viajava sozinha. Ia muita gente apanhar um avião de
longo curso que levaria ao infinito. Ao longo dessa viagem, iria
acontecer algo connosco. Iríamos perder a consciência, a
identidade, iríamos deixar por momentos ou para sempre o mundo
terreno.
O que me confortava
era o facto de não estar ali sozinha. O avião era enorme e estava
apinhado de gente. Todos eram desconhecidos. Estava feliz e ao mesmo
tempo apreensiva com esta viagem. O que iria acontecer?
Não sei ao certo o
que me iriam fazer. Uma operação? Um tratamento? Simplesmente
passaríamos num determinado local que nos alterasse a consciência?
Havia relatos de que as pessoas passavam ali frio ou sentiam-no
quando acordavam.
Acordei também.
Ainda estava a tentar compreender para onde ia e o que ia fazer.
O tema das viagens
continuou. Desta vez esperava também uma chamada telefónica para
apanhar um avião para longe. Desta vez ia com amigos. À medida que
as horas passavam e o telemóvel ficava mudo, ia enfiando cada vez
mais tralha no saco de viagem que cada vez estava mais pesado. Até
roupa que estava pendurada nos cabides lá de casa e que não era
minha eu coloquei dentro do saco. Nunca se sabe o que vai ser
preciso.
Farta de aviões e
viagens oníricas que se calhar não levam a lado nenhum, acordei ao
som do despertador. Confesso que me custou hoje levantar da cama.
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