Este fado é muito
engraçado. É uma grande descoberta musical. Mais uma pérola do
real cançonetismo lusitano que parece ter poemas bem curiosos que
nunca mais acabam.
Nos dias de hoje,
esta canção podia ser considerada um incentivo à violência. Um
tipo bem saloio a aconselhar quem quer que o ouça a bater em toda a
gente para conseguir os seus intentos porque já se não vai lá com
diálogo.
Eu vejo esta canção
como sendo um fado bem humorado, uma paródia àqueles valentões que
existem por essas aldeias do Portugal profundo que não têm medo de
ninguém e chegam para toda a gente. Depois vai-se a ver e são uns
gatinhos que não fazem mal a uma mosca e, sempre que ouvem os outros
levantar a voz meio tom acima, fogem a sete pés dali para fora como
quem não quer a coisa.
Atente-se na forma
como se dizem as palavras. Isto sugere que o protagonista é mesmo um
agricultor do campo que está algures, provavelmente na taberna, a
gabar-se dos seus feitos aos seus companheiros de copos. Nada mais
português.
Quando o
protagonista já não tiver dinheiro para pagar mais rodadas de
vinho, então usará a sua tática infalível de mão no ar e pé
atrás para intimidar o taberneiro? Acho que não. Nessa altura
qualquer levantar de mão e arrastar de pé será uma catástrofe e
só resulta num valente e humilhante espalho no chão.
Controla-te Zé
Povinho!
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