Monday, July 27, 2015

Uma tal de Irina



Esta é mais uma história em que entra uma personagem totalmente criada pelo meu subconsciente. Eu às vezes fico pasma com o facto de aparecerem estas pessoas nos sonhos, pessoas que não existem, pelo menos não as conhecemos na realidade, mas com características únicas.

Tudo começa com um jantar lá em casa que estava a ser preparado. Algo estava a correr mal com os preparativos finais. Toda a gente participava na azáfama, incluindo a Feijoa e a Adie que iam acartando coisas, imagine-se. Faziam mais do que eu, que só fui recolher umas azeitonas muito pequeninas que mais pareciam passas. Mas que raio de azeitonas eram aquelas?

A minha irmã preparava as sobremesas e, incrivelmente, o meu vizinho estava muito autoritário nessa tarde de Sábado. Sempre a dar ordens. Por acaso o meu cunhado não estava presente ali. Teria ido buscar alguma coisa que faltava algures.

Aguardava-se a chegada de uma mulher de fora para acabar de fazer comida. Se calhar havia mesmo um prato especial para essa noite. Também ela já estava atrasada. Ligaram-lhe. Parece que ela vinha já na Moita.

E finalmente chegou a Irina de quem todos falavam para ajudar a fazer a comida. Ela tinha os cabelos negros e envergava umas calças azuis de ganga e uma t-shirt preta. Começamos-lhe a fazer perguntas e ela também falava pelos cotovelos enquanto cortava legumes, ou lá o que era que estava a fazer. É que ela mal chegou, foi logo para a casa de forno pôr mão na comida.

Vinda do Leste da Europa, ela foi contando que nasceu rapaz mas mudou de sexo para realizar o seu sonho- ser florista. Eu sempre fui dizendo que também havia homens floristas, embora fossem poucos, é certo. Se calhar na terra dela não era bem assim. Foi dizendo também que adorava chocolates e adorava cozinhar. Notava-se!

Estava ela ali a debulhar os legumes e a história da sua vida quando o despertador tocou.


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