Esta é mais uma história em que entra uma personagem
totalmente criada pelo meu subconsciente. Eu às vezes fico pasma com o facto de
aparecerem estas pessoas nos sonhos, pessoas que não existem, pelo menos não as
conhecemos na realidade, mas com características únicas.
Tudo começa com um jantar lá em casa que estava a ser
preparado. Algo estava a correr mal com os preparativos finais. Toda a gente
participava na azáfama, incluindo a Feijoa e a Adie que iam acartando coisas,
imagine-se. Faziam mais do que eu, que só fui recolher umas azeitonas muito
pequeninas que mais pareciam passas. Mas que raio de azeitonas eram aquelas?
A minha irmã preparava as sobremesas e, incrivelmente, o meu
vizinho estava muito autoritário nessa tarde de Sábado. Sempre a dar ordens. Por
acaso o meu cunhado não estava presente ali. Teria ido buscar alguma coisa que
faltava algures.
Aguardava-se a chegada de uma mulher de fora para acabar de fazer
comida. Se calhar havia mesmo um prato especial para essa noite. Também ela já
estava atrasada. Ligaram-lhe. Parece que ela vinha já na Moita.
E finalmente chegou a Irina de quem todos falavam para
ajudar a fazer a comida. Ela tinha os cabelos negros e envergava umas calças
azuis de ganga e uma t-shirt preta. Começamos-lhe a fazer perguntas e ela
também falava pelos cotovelos enquanto cortava legumes, ou lá o que era que
estava a fazer. É que ela mal chegou, foi logo para a casa de forno pôr mão na
comida.
Vinda do Leste da Europa, ela foi contando que nasceu rapaz
mas mudou de sexo para realizar o seu sonho- ser florista. Eu sempre fui
dizendo que também havia homens floristas, embora fossem poucos, é certo. Se
calhar na terra dela não era bem assim. Foi dizendo também que adorava
chocolates e adorava cozinhar. Notava-se!
Estava ela ali a debulhar os legumes e a história da sua
vida quando o despertador tocou.
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