Há noites em que podemos fazer o que queremos com os sonhos.
Basta sentir-se um formigueiro no corpo, deitar para trás o medo e começar a
loucura.
Para isso acontecer, basta que o episódio de paralisia do
sono não dure apenas escassos segundos. A sensação de se fazer o que se quer é
incrível. Basta pensar numa coisa, que logo ela acontece.
Eu resolvi divertir-me à grande. Já que estava num corredor cheio
de gente desconhecida, por que não meter toda aquela multidão ao barulho?
Nestes sonhos, a capacidade de nos movermos também é algo extraordinário.
Parece que levitamos e, à partida, podemo-nos mover muito mais depressa do que
toda a gente.
Aproveitando-me disso, fiz ali mil e uma tropelias num
corredor muito estreito e com muitos gabinetes. Era a azáfama de um dia de
trabalho para todos aqueles desconhecidos. Eles se calhar não me viam mas eu
sempre os ia empurrando uns para cima dos outros, passando altas rasteiras ou
fechando portas que eles tinham deixado abertas para entrarem dali a pouco.
Estava a ser um fartote! Que bela diversão! Estava a ser uma
noite em cheio. Acordei lá no meu canto, extenuada de tanto disparate e tanta
maldadezinha fazer.
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