Foram curtas mas intensas, as férias em São Martinho do Porto.
Tivemos uma semana agradável de praia. Acho que só houve uma manhã em que
estava imenso frio e aproveitámos para dar umas voltas pelo mercado.
Também houve uma manhã em que não deu para mergulhar no mar,
apenas para molhar os pés. É que a água estava bastante gelada. Que pena!
Voltámos a tomar as refeições naquele restaurante onde havia
a apetitosa broa amarela. Deu para matar saudades daquele sabor único.
Houve uma noite em que não estava frio nem vento. Estava uma
noite muito agradável. Então saímos e fomos dar uma volta naqueles carrinhos a
pedais. Houve um grupo de quatro que ficou com um carro que não andava nada. O
meu grupo ficou com outro carro que andava, bastava nós darmos ao pedal. Eu
andei a pedalar todo o tempo. Deu para queimar umas calorias. Como o outro
carro teve de ficar parado, o nosso ficou com o tempo dele e nós continuámos.
Não havia cansaço. Estava a saber bem percorrer as ruas assim. Sentíamo-nos
livres. Sentia-me feliz.
A Feia do Livro estava outra vez aberta, para mal dos meus
pecados. Tive de ir lá, claro. Nem a feira se fazia. Desta vez a variedade de
livros não era tanta como no ano passado. No ano anterior havia o drama de
escolher o que levar. Havia mais livros de suspense e dos bons.
Continuaram as idas à praia e os mergulhos. Na última manhã
de praia fomos tentar subir o Monte de Salir. Algumas pessoas do nosso grupo já
o tinham subido. Eu resolvi experimentar. Então não é que aquilo custa! É um
monte totalmente formado por areia que se enterra nos pés. A certa altura, o
nosso organismo entra em défice de oxigénio que está a ser necessário para
empreender todo aquele esforço. Se para lá subi de gatas e a custo, para cá
deslizei de cu.
As férias estavam a chegar ao fim. A semana passou depressa.
A próxima também irá passar depressa. Isto porque não vou ter mãos a medir no
trabalho e novos desafios me esperam. O tempo vai ser mesmo contado ao
centésimo de segundo.
Até lá, convém nem pensar nisso. Vou para casa e vai haver a
festa do meu pai. Falar que não se pensa no trabalho é fácil, difícil é colocar
em prática. Sempre que há mudanças, o meu organismo logo se ressente e, em
plena festa do meu pai, tive um ataque tal de ansiedade como há muito tempo não
tinha. Nem conseguia farejar a comida sem sentir uma pontada de náusea. Ainda
por cima, vieram para lá a minha irmã e o meu cunhado fazer refogado que
espalhava cheiro por toda a casa. Todos os recantos cheiravam a comida. Não
havia como fugir.
Como sempre acontece, no outro dia estava como nova e comi o
que na véspera não me apeteceu comer. A semana iria ser dura.
No comments:
Post a Comment