Thursday, August 28, 2014
“Lembro-me De Ti” (impressões pessoais)
Está é uma das melhores obras que li este ano também porque este tipo de literatura me enche as medidas. O Misterioso e o Sobrenatural ainda me fascinam mais do que o policial e o crime que por acaso aqui não esta presente. Todos os actos aqui narrados são obra do acaso e de criaturas que não são deste mundo- dois miúdos que desapareceram misteriosamente com o espaço de sessenta anos de diferença.
Antes de começar, devo dizer que um dia esta obra foi recomendada pela M80. Sendo complicado escrever o nome da escritora, escrevi o nome da obra num caderno para depois procurar. Pedi à minha irmã que procurasse e, como fazia anos em breve, ofereceu-ma. Na altura, na M80 foi dito que inicialmente dava a ideia de duas histórias separadas que depois iam convergindo para uma mesma história. Se eu não estivesse avisada, diria mesmo que eram duas histórias diferentes. Para terem uma ideia, vou dar o exemplo do livro “Fúria Divina” do José Rodrigues do Santos que também está estruturado assim. Esse já é um livro que muita gente leu.
Enquanto um homem, duas mulheres e um cão desembarcam junto a uma aldeia abandonada para restaurar uma casa que toda a gente diz que não tem grande reputação (quando se diz isto, quer-se dizer que a casa é assombrada), um psiquiatra investiga o que liga uma mulher que se suicidou numa igreja ao desaparecimento do seu filho que aconteceu há alguns anos. Digo desde já que o filho desse psiquiatra é um dos que assombra a casa onde estão os outros a tentar restaurar e que lá estão a passar um bom bocado sem acharem explicação para aqueles estranhos acontecimentos.
Ao longo desta obra, para além do tema que muito fascina, devo acrescentar algo. Quando eu era pequena julgava que o Sobrenatural, a Bruxaria, o Oculto, eram coisas dos povos latinos, dos africanos e dos sul-americanos. Aí em 1995, vi um documentário na RTP 2 sobre o Oculto ou algo assim e que vinha…da Finlândia. Eu não pescava nada da língua mas agora também não me lembro se esse documentário estava legendado ou tinha explicações em Português. Eu via sempre e nessa altura admirei-me porque não me passava pela cabeça que os nórdicos se interessassem por essas coisas. Há grande diferença entre os nórdicos e os povos que acima mencionei mas a superstição e a crença no Oculto estavam ali bem presentes. E se eu já me admirava com os Finlandeses,, descobri há poucos anos que os Islandeses talvez sejam muito piores na crença no Sobrenatural, especialmente na importância dos sonhos e das premonições.
Sobre os Islandeses mais especificamente, li algures que eles serão talvez os povos no Mundo que dão mais importância aos sonhos e que os levam muito a sério. Do princípio ao fim desta obra, isto está bem presente. Benni aparece constantemente em sonhos à mãe que, por essa razão contrata uma médium para o tentar localizar, Védis aponta todos os sonhos num diário…
Depois também já ouvi dizer a muita gente que eles deixam de fazer obras em determinados sítios, dando a sensação ao visitante de abandono ou negligência. A explicação é bastante curiosa: a superstição. O medo que algum azar ali aconteça. Se eu encontrar um vídeo desse local, eu coloco aqui mas no outro dia ia numa caminhada e uma colega tinha passado naquele local, demonstrando o seu espanto. Eu ia a ouvir. Realmente é de admirar para nós, para eles é uma questão de se defenderem de algo que desconhecem. Por isso nem energia eléctrica há por ali, o que só vem agravar a reputação daquele local. As pessoas que lá t~em de passar de noite, inconscientemente começam a pensar em coisas que as assustem e acabam por se assustar com algo ou com coisa nenhuma.
Em suma, adorei mesmo ler este livro e isso explica os dois dias que o demorei a ler. E nem é um livro muito pequeno.
Vamos agora cá para Lisboa e para Pedro Strecht com a obra “Malmequer” que também trouxe de casa e que também é da minha irmã.
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